O que é o Google EAT e como ele afeta o rankeamento

Erika Varangouli

Ago 18, 20229 min de leitura
Imagem vetorial mostra prato cheio de gráficos, representando estratégias de marketing.

ÍNDICE

E.A.T. é a sigla para Expertise, Authority and Trustworthiness, ou, em português, Especialização, Autoridade e Confiabilidade. As três palavras representam os três pilares que, juntos, definem a avaliação de qualidade de uma página ou conteúdo.


Você sabe o que significa “ser uma autoridade em um assunto”? Se você trabalha com SEO, ou mesmo com outras áreas do Marketing Digital, certamente já se deparou com alguma menção ao “Google EAT”, atualização do algoritmo do motor de busca que é, provavelmente, uma das mais impactantes dos últimos anos.

Mas quais seriam as diretrizes que definem o que é E.A.T., e o que define se um site ou conteúdo é de qualidade? Explicaremos com base nas diretrizes do próprio Google. Vamos lá?

O que é EAT?

A sigla E.A.T. significa Expertise (especialização), Authority (autoridade) e Trustworthiness (confiabilidade). Esses três fatores, juntos, definem uma página ou conteúdo de qualidade sob os olhos do Google. 

As diretrizes do Google referentes ao E.A.T. se aplicam a qualquer tipo de site, seja sobre assuntos médicos, financeiros ou mesmo sobre fofocas. Em alguns casos, elas são mais impactantes, conforme explicaremos no decorrer desse conteúdo.

Mas, primeiro, é importante entender cada pilar que compõe o E.A.T.

Expertise (especialização)

A especialização, especialidade, ou expertise, se refere principalmente ao grau de conhecimento e aprofundamento que o autor do site, página ou conteúdo tem sobre aquele tema. 

Se você tem um escritório de contabilidade e as páginas e conteúdos forem assinados por um contador, terá mais chances de ser visto como autoridade do que um escritório cujo autor seja um engenheiro.

Especialização em uma área é algo que se adquire com o tempo e novas experiências. Quanto maior for sua bagagem de conhecimentos e interações com pessoas de um determinado assunto ou área, maior sua expertise.

Para que isso fique claro do ponto de vista de um motor de busca, procure se posicionar sobre o assunto em diferentes ambientes. 

Vídeos ensinando algo relacionado ao tema de sua atuação, guest posts em sites da área e publicações em ambientes específicos online, assinados com seu nome, todos contribuem para a construção da sua posição de expert no seu nicho.

Authority (autoridade)

Enquanto a especialização é um fator referente ao autor, a sigla ‘A’, de “authority”, já se refere à autoridade do autor e também do conteúdo e do site. 

Portanto, continuando em nosso exemplo, não bastaria ser um contador em um site de contabilidade: o conteúdo deve ser completo no sentido de atender a intenções de buscas, enquanto o site é considerado de autoridade quando trabalha profundamente todos os tópicos relacionados.

Para um site sobre animais, por exemplo, isso pode significar trabalhar não só as espécies existentes, como também questões de saúde e alimentação de cada animal.

Na prática, pense em tudo o que você gostaria de perguntar a um expert no assunto do site que vai otimizar: isso é tudo o que o site deve cobrir. E, claro, você consegue mapear intenções de buscas e tópicos correlacionados com uma boa ferramenta de pesquisa de palavras-chave.
 

Print de tela da área de busca de palavras-chave do SEMrush

Trustworthiness (confiabilidade)

Assim como no caso da autoridade, a confiabilidade também diz respeito ao autor, conteúdo do site e o site em si. Aqui, o propósito de um site ou página e o quão completo é o conteúdo faz toda a diferença.

Além disso, ações de link building, linkagem interna e mesmo linkagem interna para referências e autoridades também impactam positivamente.

A facilidade em identificar formas de contato com o site e bons sinais enviados por usuários dentro do site também contribuem para enviar sinais de que ele é confiável.
 

O que o Google fala sobre o EAT?

Nas diretrizes de qualidade de buscas, atualizadas em 2022, o Google deixa claro que o EAT é um fator importante é que o nível de expertise desejado varia conforme o tópico e nicho do site. 
Por exemplo, a área de saúde exige mais conhecimento formal e técnico do que resenhas de produtos que, por sua vez, demandam mais experiência prática do usuário.
 

Print com as diretrizes do Google
Fonte: Google General Guidelines

Também há clara correlação entre o E.A.T. e outros fatores de ranqueamento já utilizados pelo buscador, tal como o YMYL. Explicaremos mais a seguir, sempre nos atentando às diretrizes do próprio buscador.

O que é YMYL e como se relaciona com o EAT?

A sigla YMYL se refere a “Your Money or Your Life”. Na internet temos acesso a um volume vasto de conteúdos que podem ser criados por todos. 

Isso significa que, embora hajam páginas e conteúdos de qualidade e com o propósito de ajudar, também há quem espalhe fake news ou até mesmo acidentalmente divulgue informações incorretas.

Esse problema fica mais sério quando essas informações erradas são de áreas ou temáticas que podem causar danos reais ao leitor. Por isso, o Google emitiu diretrizes específicas para aumentar o impacto do E.A.T., no sentido de exigir mais autoridade de sites que trabalhem essas temáticas. 

Elas são, de forma geral, temáticas de saúde e finanças (your money, your life — seu dinheiro e sua vida).
Os tópicos agregados sob o guarda-chuva do YMYL podem impactar direta e instantaneamente a vida do leitor. Para definir se o tópico que você aborda se encaixa, as diretrizes do Google sugerem que você analise os seguintes fatores:

  • Seu site trabalha tópicos de saúde ou segurança, que possam impactar de alguma forma na saúde física ou mental do leitor?
  • Os tópicos podem causar danos à saúde financeira do leitor?
  • Os assuntos podem impactar grupos de pessoas, abordam problemas de interesse público ou podem comprometer a confiança em instituições e órgãos públicos?
  • Os tópicos podem impactar negativamente o bem-estar da população?

Se a resposta para uma ou mais das perguntas acima for sim, então muito provavelmente seu site se encaixa no YMYL, principalmente se tratar diretamente da área da saúde ou de finanças.

Boas práticas de EAT para conteúdo YMYL

As principais práticas de E.A.T., de forma geral, devem ser adotadas para todos os sites. No entanto, para YMYL, conteúdos da área de saúde ou finanças, algumas práticas fundamentais são:

  • Garanta que os conteúdos sejam de autoria de especialistas da área: para conteúdos de saúde, o ideal é que o autor seja um médico ou profissional especializado no assunto. O mesmo vale para assuntos de finanças, em que o ideal é contar com alguém que seja autoridade na área;
  • Trabalhe profundamente todos os tópicos relacionados e use fontes confiáveis de informações, como pesquisas científicas e sites oficiais;
  • Garanta que o conteúdo resolve todas as dúvidas referentes ao tópico que aborda;
  • Deixe claro o objetivo, a finalidade benéfica, de sua página.

A ideia geral é criar conteúdos que realmente beneficiem o usuário e sejam ricos em informações verdadeiras e atualizadas fornecidas por experts no assunto. Isso contribui para uma visão positiva dos algoritmos em relação a seu site.

Como os algorítmos medem o EAT?

Não há uma diretriz específica explicando como é feita a mensuração de expertise, autoridade ou confiabilidade de um site. 

O que podemos afirmar, com base em muitos testes e estudos da comunidade, é que os seguintes fatores contribuem para enviar sinais positivos:

Se o seu site recebe um volume razoável de links externos sobre um determinado assunto, ou vindo de sites de tal assunto, é possível inferir que você é uma autoridade. Por exemplo, se o site de um profissional de saúde receber links de universidades, outros profissionais de saúde, da indústria farmacêutica, ou de conteúdos sobre o tema, o algoritmo pode compreender que há relevância nos conteúdos que leva as pessoas a referenciá-los.

Publicações científicas

Se o autor do conteúdo tem o nome em publicações científicas online, isso contribui para afirmar a autoridade do mesmo sobre o tema.

Menções ao autor

Mesmo quando não fazemos uma linkagem ao mencionar uma pessoa, a simples menção do nome em um contexto já é suficiente para os algoritmos entenderem a que tal pessoa é relacionada. Muitas menções indicam que a pessoa tem relação com determinado assunto.

Avaliações e reputação

Sites com boas avaliações em locais como Google Meu Negócio, Tripadvisor (no caso de viagens), ReclameAqui e outros constroem a reputação. O mesmo vale para produtos bem avaliados.

Esse são apenas alguns fatores, mas para quem quer começar a fortalecer o E.A.T., sugerimos os 4 como pontos de partida.

Quais são as características de páginas com alta e baixa qualidade?

Segundo as diretrizes de qualidade do Google, para ser considerada de alta qualidade, a página e o site devem ter:

  • Uma quantidade satisfatória de conteúdo de qualidade: isso inclui a usabilidade da página em que se encontra o conteúdo;
  • Informações sobre quem é responsável pelo website ou, em caso de e-commerce, informações sobre serviços prestados ao consumidor;
  • Boa reputação do site e do autor.

Mas, afinal, o que seria conteúdo de qualidade dentro dessas diretrizes? Elencamos o que é apontado como de altíssima relevância, destacando que os critérios variam conforme o tipo: 

  • Notícias: reportagens originais e informativas. Jornalismo investigativo, original e matérias aprofundadas com indicações das fontes primárias e dados entram nessa categoria;
  • Conteúdo artístico (vídeos, imagens, etc): conteúdo original que indica habilidades elevadas e talento, além de cumprir uma função informativa ou inspiradora;
  • Conteúdo informacional: novamente, deve ser original, baseado em dados, de fácil compreensão e comunicado de forma clara que se encaixa à área da informação (um conteúdo sobre saúde cardíaca certamente requer mais dados e embasamento científico do que um texto sobre uma série da Netflix, por exemplo).

 Por outro lado, é considerada uma página de qualidade ruim aquela que:

  • O conteúdo é de baixa qualidade;
  • O conteúdo não é suficiente para realmente ajudar o usuário, fugindo ao propósito da página;
  • O título é exagerado ou falso;
  • Há excesso de anúncios ou links patrocinados na página, tirando o foco ou atrapalhando o consumo do conteúdo principal;
  • Não há informações sobre o site, seu criador ou outras relevantes para o consumidor;
  • O site tem reputação negativa;
  • Páginas que contenham informações falsas ou que podem causar danos ao usuário ou a grupos de pessoas;
  • Páginas com spam.
Lista de comparação entre página com boa e baixa qualidade

Como melhorar o EAT do seu site? 

Com todas essas informações em mente, vamos à prática: afinal, como melhorar o EAT do seu site?

Crie e otimize a página de autor

Como já explicamos, a autoridade do autor (ou autores, caso haja mais de um) é um fator-chave para um bom E.A.T. score. Por isso, crie uma página de autor para cada um que assina os conteúdos do site e, nela, escreva um pouco sobre cada um.

Explique quem é a pessoa, o que faz e características diretamente relacionadas ao tema ou temas sobre os quais o autor escreve.

Crie e otimize uma página sobre o site 

Além de deixar claro quem escreve no seu site, é fundamental expressar sobre o que ele se trata. Por isso, crie uma página “sobre o site”. Explique sua empresa, os produtos que você vende, os serviços que presta. 

Garanta a segurança do usuário

A segurança do usuário é essencial, principalmente em sites que se encaixam no YMYL. E-commerces, por exemplo, lidam com dados sensíveis financeiros dos usuários, enquanto páginas de agendamento médico podem coletar informações sobre a saúde dos pacientes.

Por isso, contrate um certificado SSL (aquele que faz com que sua URL comece com “https://”), deixe a política de privacidade e dados clara ao usuário e cuide para que haja criptografia e segurança com os dados dos usuários.

Não exagere nos anúncios

Se você utiliza o site para conseguir renda passiva, seja com anúncios, links patrocinados ou via marketing de afiliados, assegure que isso não seja mais frequente do que o conteúdo em si. 

Crie páginas para as políticas de privacidade e também de troca e cancelamento

Seu site deve ter páginas que explicam exatamente ao usuário a política de privacidade e tratamento de dados, seguindo as normas da LGPD

Além disso, também deixe expresso, em algum local, políticas de troca e cancelamento no caso de devolução de produtos ou arrependimento na contratação de serviços.

Trabalhe os pontos desse conteúdo e construa sua autoridade, como criador de conteúdo, em sites de terceiros, redes sociais, artigos científicos e publicações. Aos poucos, os motores de busca receberão os sinais corretos e a performance do site e dos conteúdos melhorará.

Se você começar a melhorar o E.A.T do seu site, aproveite para aprender e aplicar algumas técnicas de SEO A temporais e a Prova de Atualizações do Algoritmo
 

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