A Black Friday deixou de ser um fenômeno exclusivo dos EUA para se tornar parte de um movimento global em apenas alguns anos. E este, que é um dos dias de compras mais importantes do ano, foi afetado pela atual pandemia de diferentes maneiras.
Embora as vendas de 2019 tenham atingido recordes, com US$ 7,4 bilhões em compras on-line, isso não foi nada comparado a 2020. No ano passado, os consumidores estadunideneses gastaram US$ 9 bilhões na web no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, um aumento de 21,6% ano após ano. No Brasil, as vendas da Black Friday 2020 cresceram 25% em relação à edição do ano passado.
Será que 2021 vai bater esse marco? E como as marcas podem se alinhar às necessidades do consumidor para maximizar seu potencial?
Analisamos os sites de e-commerce mais proeminentes, as buscas mais populares em todo o mundo e examinamos de perto os principais produtos da Amazon para que você possa entender melhor o que o “festival de compras” de 2021 oferecerá e se preparar de maneira eficaz para isso.
Black Friday 2021: o efeito da pandemia acabou?
Embora a pandemia tenha levado a mais pesquisas em 2020 por “Black Friday” e “comprar on-line” do que nunca, este ano os resultados são surpreendentes:
- As pesquisas com o termo “comprar on-line" diminuíram quase 55%, o que não apenas anula o crescimento meteórico visto no ano passado, mas também reduz o volume de pesquisas a níveis anteriores a 2018;
- O volume de pesquisa por “Black Friday” em novembro de 2020 está em nível similar ao que era em 2018 -- quase metade do de 2019;
Dadas as vendas on-line sem precedentes ocorridas no ano passado, o que isso significa? Será que o volume de pesquisa é uma métrica relevante?
A última Black Friday teve 514 milhões de visitas a sites de e-commerce, o que é 9,02% mais do que a Black Friday 2019. As visitas (a principal métrica) em 2020 aumentaram mais de 50% no indicador ano após ano. E tudo isso apesar de ter havido menos pesquisas para o termo.
Em outras palavras, a Black Friday 2021 provavelmente gerará o maior número de visitas de todos os tempos a sites de e-commerce. Mas a questão não é quantas visitas a Black Friday gera, mas que tipo de Black Friday será.
No ano passado, houve um grande fluxo de consumidores que compraram on-line pela primeira vez. Com base nisso, pode-se inclusive imaginar que muitos desses consumidores procurarão termos como “compre on-line” e “Black Friday” para descobrir ofertas on-line que substituam a experiência tradicional com a qual estão acostumados.
No entanto, para consumidores on-line experientes, esses dois termos de pesquisa gerarão menos interesse. Os consumidores regulares na web já sabem quais sites visitar e têm seus favoritos. Eles são mais propensos a serem influenciados por e-mails e push notifications de seus varejistas preferidos, que lhes trazem ofertas relevantes sem que eles precisem procurá-las.
O resultado? Menos pesquisas, mas um consumidor mais experiente. Tudo isso combinado com um marketing cada vez mais direcionado e melhor, o que significará um aumento considerável nas vendas.
Portanto, embora o volume de pesquisa não reflita mais as vendas com precisão, outros problemas poderiam gerar uma Black Friday mais moderada neste ano.
Devido à pandemia, as dificuldades das cadeias de abastecimento causaram atrasos ou escassez de itens (incluindo os brinquedos mais populares, que normalmente estão no topo da lista todos os anos). Neste ano, os varejistas não terão apenas que vender por um período mais longo, como fizeram no ano passado, mas também deverão ser cuidadosos em relação a quais linhas de produtos oferecer descontos e quanto tempo levará para reabastecer.
E embora os problemas da cadeia de suprimentos afetem mais as lojas físicas, os varejistas on-line sem dúvida serão afetados. Não espere tantos tamanhos, cores, estilos e variações de produtos quanto você está acostumado.
No entanto, há mais um ponto que terá um impacto positivo nas vendas desta Black Friday: saúde mental.
Alguns varejistas têm feito campanhas dizendo aos clientes que evitem as compras e fiquem em casa com a família. Há cada vez mais marcas que estão cientes das questões de saúde mental - e se aproveitam disso. Se bem que é possível argumentar que, em alguns casos, essas campanhas são mais um caso de “blueswashing” - termo usado para descrever um marketing enganoso, que exagera o compromisso de uma empresa com práticas sociais responsáveis. Ou seja, a empresa tenta parecer atenciosa, mas faz isso por motivos egoístas.
Por exemplo, se as lojas fecham na Black Friday, isso tem potencial para reduzir os custos associados a manter a loja aberta. A solicitação para que os consumidores fiquem em casa por causa de sua saúde mental pode ser motivada pelo desejo do varejista de aumentar suas vendas on-line.
De qualquer forma, muitas marcas alcançaram o equilíbrio e o tom corretos em relação à saúde mental. Agradecemos seus esforços para defender mecanismos de enfrentamento saudáveis, independentemente da motivação.
Quais são as novidades deste ano?
Se os consumidores não estão procurando produtos com o termo “Black Friday” incluído na pesquisa, o que eles estão procurando?
O Sony PlayStation 5 (PS5) lidera a lista, com mais de 18 milhões de buscas entre janeiro e setembro de 2021. No entanto, ele ocupa a primeira posição por apenas 1 milhão de buscas, com os iPhones 11 e 12 em segundo lugar.
Ao analisarmos as diferentes categorias de produtos, poderíamos esperar que os jogos eletrônicos fossem líderes. Na verdade, esse termo (ou qualquer derivado) não aparece, provavelmente porque no mundo do console, existe uma batalha entre o PS5, o Xbox Series X e o Nintendo Switch. Pesquisar um desses três é mais eficaz do que buscar a categoria inteira, visto que eles compartilham todo o mercado sem muita concorrência alternativa.
Quem ganha a medalha de ouro em pesquisas por categoria, no entanto, são os laptops. O segundo lugar é um indicador de que o mundo está se abrindo novamente: o termo “voos” acumulou mais de 61 milhões de pesquisas nos últimos 12 meses, conforme as pessoas voltavam a viajar. Também pode-se dizer que as companhias aéreas atuaram de forma mais agressiva em relação à Black Friday, influenciando os resultados.
E quando adicionamos o termo "black friday" é muito interessante perceber a presença de palavras em português no ranking global. Termos como televisão, geladeira e celular associados ao termo black friday aparecem entre as maiores buscas globais.
A Amazon continua a dominar a lista de varejistas mais populares, com quatro vezes o volume de pesquisas do próximo candidato - o eBay. Isso não é surpreendente. De acordo com o “Amazon Advertising Report” da plataforma de vendas on-line Jungle Scout, 74% dos consumidores estadunidenses começam suas buscas de produtos no site Amazon.com.
E quando se trata de marcas, Nike e H&M são as grandes vencedoras. Oito das doze principais marcas são da indústria de vestuário, que teve um aumento nas vendas e outros benefícios, como reduções massivas no estoque morto. Em suma, as pessoas estão trocando suas roupas "de ficar em casa" pelas tendências da moda à medida que as restrições da pandemia são abandonadas.
Embora isso seja uma boa notícia para a indústria do vestuário, sempre há dois lados.
As vendas da Black Friday têm um efeito nocivo desconhecido, mas muito provável, sobre o meio ambiente. A pressão constante da Black Friday para que os clientes comprem mais aumenta o número de produtos vendidos. Muitos desses produtos são fabricados a baixo custo ou em países com padrões ambientais frouxos ou, no caso de alguns produtos, ambos. Isso gera vários problemas.
Produtos de fabricação barata geralmente são feitos com químicos e outros materiais que podem ser prejudiciais a humanos e animais quando descartados de maneira inadequada. Embora isso não seja exclusivo da indústria de vestuário, e também por causa dos compromissos geralmente apenas verbais das marcas líderes em relação ao meio ambiente, a questão não deve ser mantida "no armário". Mais adiante, entraremos em detalhes sobre sustentabilidade.
Quando se trata da Black Friday, você espera que os varejistas apresentem suas melhores ofertas, mas isso não impede que os consumidores busquem bônus extras em sites de cupons. O SlickDeals lidera, com o Rakuten em segundo lugar, mas o volume de pesquisa para os sites de vouchers é comparativamente baixo. No entanto, em comparação com o ano passado, sites de vouchers de experiência, como Groupon e Wowcher, estão voltando a ter relevância.
Voltando aos vencedores, voltamos nossa atenção para os novos produtos em oferta. É uma disputa acirrada entre o iPhone 13 e o PS5, mas a Apple ganha da Sony por pouco.
A Sony teve muito sucesso com seu console PlayStation 5, lançado no início de novembro. O PS5 é muito popular, mas, como muitos produtos, tem problemas de abastecimento. É a mesma história com o iPhone 13, que não deve atender à demanda até fevereiro de 2022. Isso, combinado com a escassez de chips que fez a Apple reduzir sua prevsião de produção em até 10 milhões de unidades, fez com que a participação dos preços da gigante de Cupertino caísse.
A Amazon ainda tem a rainha e o rei, mas o Walmart está mexendo suas peças
Quando os consumidores pesquisam "Black Friday", geralmente acrescentam outros termos para aprimorar seus resultados. No ano passado, os dois principais termos adicionados foram Walmart e Amazon. Best Buy, Target e Nintendo Switch também figuram no top 10.
Então, por que o Walmart venceu a Amazon, embora as vendas on-line da Amazon sejam 6 vezes maiores que as do Walmart? Apesar dos esforços do Walmart para convencer os consumidores a baixarem seu aplicativo, a Amazon está muito à frente. Em outubro de 2021, os consumidores nos Estados Unidos baixaram o aplicativo Amazon Shopping mais de 1,7 milhão de vezes, em comparação com as 566 mil vezes do Walmart. E com o domínio mencionado acima nas primeiras buscas de produtos, está claro que a maior parte dos negócios da Amazon acontece longe do olho que tudo vê do Google.
Portanto, os consumidores procuram o Walmart mais do que a Amazon porque os clientes da Amazon vão diretamente ao site ou usam o aplicativo.
Por falar na Amazon, encontramos algumas tendências interessantes ao pesquisar os dados usando o Sellzone.
O Sellzone - se você ainda não sabe - oferece muitas possibilidades para todos os comerciantes da Amazon, independentemente do tamanho. O Sellzone é um conjunto de sete ferramentas: Keyword Wizard, Traffic Insights, Product Research, PPC Optimizer, Split Testing, Listing Quality Check e Listing Protection tool. E o que encontramos quando analisamos os produtos mais pesquisados?
O último iPhone? Não. Laptops? Também não. Bem no topo, temos um produto Apple, mas não é um smartphone. É um case para o iPhone 11. Embora o PS5 apareça em terceiro lugar, os consumidores procuram principalmente itens menores, como fones de ouvido, fones de ouvido BlueTooth e - curiosamente - o brinquedo Pop It.
O Pop It é um brinquedo que você pode personalizar com uma série de acessórios diferentes. Você pode pendurá-lo no pulso ou pescoço e usá-lo para ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade, o tédio e muito mais! Assemelhando-se a um plástico-bolha colorido, cada lado deste produto tem uma maneira diferente de ser "estourado". Éum excelente produto terapêutico para crianças com TDAH e autismo.
Embora existam muitas teorias sobre o que o torna tão popular, vídeos do Pop It no Tik Tok, YouTube e Instagram - especialmente um de um macaco-prego nos EUA brincando com ele - fizeram com que ele conquistasse os corações e mentes tanto de crianças quanto de adultos.
Estimativas sugerem que há entre 500 milhões e 1 bilhão deles em circulação e, da mesma forma que fidget spinners, são fáceis de copiar e produzir. Alguns analistas sugerem que 99,9% dos Pop It não são licenciados pelos criadores originais (que criaram o popular jogo Cara a Cara).
Nas pesquisas de novos produtos, ao contrário de todos os produtos, surge um padrão familiar. Agora que você tem seu iPhone 13, quer protegê-lo, então as três principais pesquisas são por capas e outros acessórios para o smartphone carro-chefe da Apple.
Mas, ainda há algo de aleatório na Amazon. O 4º lugar, por exemplo, é de buscas sobre babyliss. Por quê? Mais uma vez, precisamos olhar para o YouTube e outros sites de vídeo. Se você produzir ou vender um produto que se torne viral nas mãos de centenas de milhares de microinfluenciadores e simultaneamente apela ao público-alvo dessas plataformas (no caso do TikTok, por exemplo, 60% dos usuários têm idades entre 16–24), você estará sentado em uma mina de ouro.
A última lição da Sellzone é: se houver um grande evento acontecendo, aproveite. Adiada por um ano devido à pandemia e disputada em setembro de 2021, a Ryder Cup viu os entusiastas do golfe nos Estados Unidos lutarem por bonés para que pudessem torcer por Steve Stricker e sua equipe.
Salvar o planeta? Talvez
Na análise do ano passado sobre as tendências da Black Friday, um assunto teve um grande aumento no interesse: produtos sustentáveis.
Identificamos um aumento significativo no interesse por produtos sustentáveis a cada ano desde a Black Friday 2017/2018. Então, existe interesse em salvar o planeta neste ano? Infelizmente, não muito. Depois de um aumento anual de 200–380% nas pesquisas de produtos sustentáveis em 2018 e de 72–210% em 2019, nos últimos dois anos houve uma queda significativa no interesse.
Qual é o tamanho desta queda? O crescimento anual para 2020/2021 é negativo pela primeira vez em quatro anos.
É preciso ser objetivo quanto a isso. Pode ser que o consumidor tenha se tornado tão experiente que as pessoas não precisam pesquisar explicitamente por termos como “compras sustentáveis” e “compras ecológicas” atualmente. Afinal, se você sabe mais sobre um assunto, não precisa se educar sobre ele.
E o surgimento de mecanismos de compras especializados, projetados para exibir apenas produtos sustentáveis - como EarthHero, que recebe cerca de 200 a 300 mil visitantes únicos por mês - e plug-ins de navegador como o DoneGood, tornaram a busca por palavras-chave de compras sustentáveis um tanto redundante. Por outro lado, os consumidores ainda estarão procurando ofertas da Black Friday neste dia, mesmo que esses produtos não sejam necessariamente bons para o meio ambiente, e o setor de varejo precisa lidar com isso coletivamente.
Pesquisas orgânicas são muito boas, mas todos nós sabemos que, desde o início do algoritmo do feed das redes sociais, às vezes é preciso investir em anúncios para expor seu produto aos olhos do consumidor.
De um total de US$ 1,16 bilhão em gastos com publicidade, você sabe quais categorias estão assumindo a maior parte dos orçamentos dos profissionais de marketing de SEM? Embora o varejo “geral” provavelmente seja o primeiro da lista, vemos outro efeito da pandemia nas outras posições principais. Já falamos sobre o estímulo visto na indústria de vestuário, que gastou mais de US$ 217 milhões em anúncios. Outras categorias de produtos para casa, como jogos, eletrônicos, produtos digitais e alimentos, preenchem os espaços remanescentes da lista.
Esporte - que teve um aumento nos equipamentos caseiros de ginástica - e casa e jardim viram um aumento nos investimentos de marketing. Isso porque os responsáveis pelos gastos com publicidade tentam capitalizar em cima de qualquer coisa que possa atrair aqueles que estão presos em casa mas querem para ficar em forma, ou aqueles que estão aprendendo novas habilidades, como artes culinárias.
Uma lição aqui não é nada "revolucionária". Sempre que ocorre um evento, seja ele imposto a nós sem aviso ou previsível, os comerciantes de varejo devem pensar quais de seus produtos realmente se adequam à situação.
Expandindo nossa análise, pegamos os cinco principais domínios em cada categoria para os EUA e coletamos dados do Google Ads para novembro de 2020. Encontramos o seguinte.
26,8% dos anúncios sobre produtos eletrônicos mencionavam especificamente a Black Friday. 21,2% dos anúncios de moda faziam o mesmo. Mas, fora desses setores os profissionais de marketing quase não usam a Black Friday no Google Ads. Quer se trate de animais de estimação, flores e presentes, casa, filhos ou qualquer outra categoria, a menção ao nosso dia de compras favorito nos anúncios ocorreu menos de 5,5% das vezes.
A hipótese, neste caso, é que usar a Black Friday em outras categorias simplesmente não "mexe o ponteiro". Profissionais de marketing costumam saber executar testes e manter o que está funcionando. Adicionar a expressão “Black Friday” a um anúncio pode aumentar a concorrência, tornando a tática inútil. Mas, no caso das categorias que já identificamos - como produtos eletrônicos e roupas - não incluí-la pode ser a diferença entre ser visto e permanecer invisível.
É claro que a Black Friday começou como um fenômeno nos Estados Unidos. Ainda assim, outros países a adotaram com entusiasmo, apesar de, no caso deles, não haver a combinação 'dia de pagamento + feriado de Ação de Graças'.
Ao observar as pesquisas por Black Friday no mundo todo, podemos ver, por exemplo, que a quantidade de pesquisas “quando é a Black Friday” e “que dia é a Black Friday” em português são consideráveis - mais um destaque para os usuários brasileiros que procuram ofertas em grande escala.
Se analisarmos os países da pesquisa por cada 10 mil habitantes, os nórdicos aparecem no topo, com Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega. Mas, olhando para o volume de pesquisas sem esse recorte, o Brasil lidera de longe, com quase 8 milhões de pesquisas - mais de 2 vezes o número da França, que teve 3,3 milhões de pesquisas. O interesse brasileiro neste evento de compras altamente focado nos EUA foi tão forte quanto no ano passado. Assim, será que é hora de investir em uma plataforma de e-commerce e anúncios em redes sociais com destaque na priorização do português? Os dados dizem “sim”.
Antes e depois da pandemia (pensamento positivo)
Sejamos honestos. Não podemos afirmar, ainda, que estamos em um mundo pós-pandemia. Dependendo do país em que você está, é possível até que tenha entrado novamente em isonlamento social (como nossos amigos letões) e parece que não voltaremos ao normal (seja lá o que for isso) por algum tempo.
Mas podemos dar uma olhada nas tendências de tráfego entre março de 2020 até a Black Friday do ano passado e do período de dezembro de 2020, uma vez que as vendas terminaram, até agosto de 2021. E o que encontramos?
Conforme já observado, a ênfase em produtos digitais, roupas, eletrônicos e jogos é clara. Mas há uma tendência que podemos explicar por meio do conhecimento da psicologia e da compreensão da natureza humana.
Durante a pandemia, e desde a última Black Friday, quase não há diferença. Nenhuma. Zero. Nada.
Sabe por quê? Porque a pandemia causou uma grande mudança no comportamento do consumidor e em como vivemos nossas vidas. Mas foi rápido. Causou mudanças imediatas mas, como os humanos são programados para sobreviver às adversidades, nos adaptamos rapidamente.
Mas, uma vez que essas adaptações foram definidas e compartilhadas pela população geral por meio das mídias sociais, artigos, vídeos e mídia convencional, estabelecemos novos hábitos. Os humanos são adaptáveis e, quando confrontados com uma situação "obrigatória", somos muito bons em realizarmos mudanças rápidas. Ainda assim, agora que não temos outro evento tão crítico com o qual lidar, estamos felizes em continuar como estamos, independentemente de precisarmos ou não.
E o que isso significa para os profissionais de marketing? A menos que haja outro evento crítico em breve, levará um tempo para que as pessoas adotem seus hábitos anteriores, o que significa que você também não deve se apressar em retornar às suas estratégias de marketing anteriores. Com pandemia ou não, a maneira como vivemos e as decisões de compra que tomamos agora estão escritas em pedra e continuarão assim por anos.
Dito isso, há algumas mudanças dignas de nota que a pandemia nos impôs.
Quando se trata de ficar isolado com seus entes queridos, o entretenimento que podemos obter não vai muito além de uma TV, smartphone, jogos de console ou outros dispositivos eletrônicos. Isso explica por que as 10 principais pesquisas nessa categoria incluem "roupas de maternidade", "vitaminas pré-natais" e "remédios para enjoo matinal".
Isso mesmo. Parece que um baby boom está a caminho.
Para aqueles que não fizeram distanciamento social junto com seus parceiros, os dados não mentem. Para ajudá-los a superar as noites solitárias, há muita procura por “travesseiros de corpo” (e há destaque para um nicho particular desse produto com motivos de anime e hentai - os otaku no Japão ficariam orgulhosos). O que quer que ajude a lidar com essa situação é bom para nós.
A propósito, está na hora de comprar algo novo para o Totó ou o Simba brincarem e se exercitarem. Quase todas as pesquisas na categoria de animais de estimação são relacionadas a comida. Comida de cão. Comida de gato. Todo tipo de comida. Manter os amigos de quatro patas (outros números de pernas disponíveis) felizes com seus estômagos cheios tem sido uma de nossas únicas preocupaçãos genuínas. Não existe um brinquedo para animais de estimação nos 100 principais termos de pesquisa. Então, aproveite para pedir mais brinquedos de animais de estimação para seus parentes.
Os vencedores da Black Friday (não há perdedores)
Você sabe quem está no topo da lista quando se trata de tráfego à medida que chegamos perto do grande dia? Aliás, o tráfego para o site é um dos sinais mais importantes para apontar qual gigante do varejo fará mais negócios.
Então, não vai surpreender nem um pouco ver a Amazon encabeçando a lista. O que pode te surpreender é o fato de a Amazon ter cerca de metade do tráfego dos outros dez varejistas em nossa pesquisa juntos. E você pode ficar ainda mais surpreso ao descobrir que a empresa ainda conseguiu aumentar seu tráfego em 61%. Isso é impressionante, e dará a oportunidade a Jeff Bezos de testar novos foguetes espaciais nos próximos anos.
Mas quem mais conseguiu resultados e um crescimento incríveis? Entre os varejistas que obtiveram maior tráfego, está o nosso velho amigo eBay. É isso mesmo - parece que, quando se trata de comprar produtos na Internet, estamos priorizando os revendedores menores que ocupam os corredores digitais do eBay em vez de empresas como Walmart, Target e Costco.
É importante ressaltar que o AliExpress - serviço de varejo online com sede na China e propriedade do Grupo Alibaba - pode até ter caído um pouco em tráfego, mas ainda ocupa o quarto lugar. O Mercado Livre - site de compras e leilões on-line - se beneficiou do interesse do Brasil no e-commerce e na Black Friday, registrando um crescimento de quase 27% em tráfego.
Aliás, podemos analisar o ranking com a média mensal para todo o ano apenas para o Brasil. Neste caso o volume de buscas é apenas para o mercado brasileiro. Interessante perceber que a Amazon, gigante mundial, não tem o mesmo comportamento no Brasil, sendo superada na média anual para Americanas, Magazine Luiza e, claro, Mercado Livre.
Ainda sobre o ranking global, a Flipkart, que atende predominantemente a Índia, teve um crescimento significativo (quase 67%) e está se saindo melhor que a Costco em termos de tráfego. Ou seja, uma surpresa. Só que não. A Costco é famosa por suas vendas em massa apenas para membros, então não é uma escolha popular para o consumidor médio. Mas com uma receita 32 vezes maior do que a da Flipkart, era de se esperar que recebesse mais visitas.
Você precisa dar atenção à nova geração
Em geral, exceto para a categoria de jogos - que inverte a tendência - os consumidores usam seus dispositivos móveis para fazer compras. Em média, 70,5% das compras acontecem nos celulares. O dispositivo que é, sem dúvida, a invenção mais influente desde o início do dinheiro (ou possivelmente da linguagem) é uma extensão de nossos braços. Nunca se está a mais de dois metros de distância (então esqueça o distanciamento social com seu dispositivo Android ou iOS), e a grande maioria dos adultos verifica seu smartphone segundos depois de acordar.
Os jogos são a única exceção a essa regra, em que os números ficam totalmente invertidos. Provavelmente impulsionados por jogadores de PC, simplesmente não faz sentido parar de usar o dispositivo em que você está jogando para usar um dispositivo menor para fazer compras, então 62% desses consumidores usam um desktop / laptop para fazer compras em e-commerce.
E enquanto uma média de 30,8% dos consumidores de nossa análise estão na faixa de 24-34 anos, quase 17% estão entre 18 e 24 anos. Quase 53% deles são mulheres, e sabemos de vários estudos nos últimos cinco anos que as mulheres influenciam em cerca de 85% de todas as compras. E como tudo isso se configura?
Devido ao fato de que a maioria da base de usuários do Tik Tok (60% dos TikTokers têm entre 16 e 24 anos) e o fato de que a maior parte dos usuários do Instagram tem entre 18 e 34 anos (com uma divisão relativamente uniforme de homens e mulheres), há uma lição óbvia para os profissionais de marketing de qualquer produto que se enquadre nessa faixa etária e gênero pode e deve e investir em vídeos rápidos.
Embora o termo "influenciadores" esteja se tornando muito ridicularizado, o fato é que, se você tem algo para vender para mulheres entre 18 e 34 anos, enviar produtos para usuários de Tik Tok que tenham bastantes seguidores é uma ótima maneira de promover sua marca e aumentar as vendas. Dê uma olhada, por exemplo, no crescimento da Shein.
A Shein é uma empresa chinesa de fast fashion on-line, e foi fundada em 2008 por Chris Xu em Nanjing. Embora chinesa, a Shein atende 220 países e territórios, sendo os EUA seu maior mercado. Em junho de 2021, a Shein ultrapassou a Amazon na iOS App Store pela primeira vez, se tornando o aplicativo de compras líder nos Estados Unidos, título que agora detém em mais de 50 países.
E o que está por trás de sua ascensão meteórica? Embora tenha trabalhado em parceria com músicos como Katy Perry, Nick Jonas, Lil Nas X e Tinashe, são sem dúvida os microinfluenciadores do TikTok que têm mais impacto. No momento em que este artigo foi escrito, os vídeos #shein na plataforma ganharam 16,4 bilhões de visualizações cumulativas. Sim, você leu certo. 16,4 BILHÕES. Para uma varejista que surgiu aparentemente do nada, não tem lojas físicas e começou como muitas empresas de e-commerce chinesas como distribuidora de roupas de outras empresas, a Shein está crescendo e ganhando muito: algo como US $ 10 bilhões em 2020.
Black Friday e outros dias Black também
Então, o que aprendemos com o estudo deste ano?
As novas tendências dos consumidores devem permanecer como estão por algum tempo, mesmo após a pandemia. Produtos digitais, eletrônicos e vestuário serão as categorias de varejo mais fortalecidas. Os profissionais de marketing podem direcionar muitos itens dessas áreas aos consumidores certos por meio de vídeos curtos e microinfluenciadores.
E embora a crise global do COVID-19 exija atenção quando se trata de dar ênfase a determinados produtos, não se esqueça de investir em outras situações para obter um melhor efeito. Os consumidores estão mais espertos do que nunca, então reflita se vale a pena usar a “Black Friday” em seus esforços de SEO e SEM. Se você também vende para o Brasil, tenha certeza de que sua loja oferece português como opção de idioma.
A Black Friday está rapidamente se tornando o equivalente on-line daquelas promoções recorrentes de lojas varejistas - todos os meses, sem exceção, há uma promoção “torra tudo”. Isso gerará fadiga no consumidor. Portanto, pense bem antes de estender os descontos por muito tempo.
E quando se trata de previsões, uma das mais importantes segundo os dados que coletamos é que 2021 baterá outro recorde nas receitas da Black Friday. Assim, a única pergunta que resta é a seguinte: você aproveitou?
Aproveitando as oportunidades de marketing da Black Friday (e de outros dias de compras)
Quando as principais tendências da Black Friday 2021 ficam claras, as marcas devem se munir com um plano de ação para iniciar suas campanhas e ganhar a atenção do cliente.
Com a aproximação das festas de fim de ano, queremos mostrar como as marcas podem aproveitar as oportunidades dos grandes dias de compras on-line:
- Pense como seu cliente
Para obter vantagem quando todas as outras marcas são competitivas, tente entender as necessidades específicas de seu público-alvo.
Nesse sentido, lance mão de ferramentas como a Visão Geral de Palavras-chave da Semrush. Com seu banco de dados com 20 bilhões de palavras-chave, essa funcionalidade pode indicar os produtos e marcas que são pesquisados com mais frequência pelos compradores on-line. E agora, um novo filtro de intenção de pesquisa permite que você veja imediatamente a intenção (ou intenções) de qualquer palavra-chave à medida que pesquisa palavras-chave e domínios e rastreia posições.
Assim como qualquer outra métrica de pesquisa de palavras-chave, a intenção de pesquisa oferece outra perspectiva a respeito do seu público. Basta inserir uma lista de produtos oferecidos em seu e-commerce para obter insights daqueles que estão recebendo alguma atenção extra dos usuários online:
Compare suas palavras-chave por CPC e volume de pesquisa para escolher os produtos com o maior volume de pesquisa e menor CPC - dessa forma, você pode concentrar seus esforços de SEO e publicidade nas palavras-chave mais específicas. Quando se trata de palavras-chave de menor volume, as de menor concorrência e as locais em países e regiões menos populosos, Dificuldade de Palavra-Chave (KD) é uma métrica que indica quanto esforço de SEO pode ser necessário para planejar suas campanhas e definir prioridades.
A busca por palavras-chave com baixo percentual em KD ajudará você a encontrar palavras-chave de cauda longa e de baixa concorrência para suas campanhas. Quanto maior para a porcentagem, mais difícil será a concorrência e mais trabalho você vai ter antes de ver os resultados.
- Transforme seu conteúdo no principal gerador de tráfego
Depois de escolher suas palavras-chave, a próxima etapa para se destacar durante as festas de fim de ano é criar um conteúdo que atenda às necessidades dos usuários e dos mecanismos de pesquisa.
Use a Topic Research para descobrir as pesquisas mais populares e os títulos mais engajantes para que você possa aprimorar suas ideias de conteúdo para essas necessidades:
Depois que a parte de geração de ideias e a parte de criação de conteúdo estiverem prontas, avalie seu texto com o SEO Writing Assistant para garantir que esteja o mais otimizado possível (a ferramenta gera insights de SEO para o conteúdo principal relacionado à sua palavra-chave, de modo que seus resultados podem ser inestimáveis).
- Abrace o potencial da pesquisa por voz
A pesquisa por voz ainda tem um potencial inexplorado, e pode oferecer excelentes oportunidades alternativas aos canais de tráfego "tradicionais", que já se encontram congestionados.
Nosso último estudo de pesquisa de voz pode ajudá-lo a entrar neste mercado em expansão agora - afinal, ele só vai ficar maior, melhor e mais competitivo.
Saiba mais sobre estratégias eficazes de marketing para e-commerce para aproveitar ao máximo os maiores dias de compras de nosso calendário.