Migrar um website não é uma decisão que deva ser tomada de ânimo leve. Mudar para um outro domínio é uma grande chatice, e tens de perceber que tanto o teu ranking como a tua performance irão sofrer, pelo menos no início deste processo.
Mas ainda mais importante: migrar um website é uma matéria sensível. A mais pequena negligência pode fazer com que o processo falhe por completo.
Com todas as coisas que precisam de ser feitas, a questão do SEO pode não ser o aspecto que mais te apoquenta. No entanto, um marketer experiente sabe que é necessário planificar o futuro. De facto, existem algumas coisas que podes fazer durante o processo de migração que te irão garantir uma certa satisfação mais tarde.
Por isso mesmo, aqui está uma lista de 16 coisas que te vão ajudar com a questão do SEO do teu novo website.
1. Protege o Novo Domínio
Esta é a tua primeira linha de defesa contra alguma pessoa que queira prejudicar o teu website neste processo de migração. Isto é bastante pragmático caso estejas a usar um CMS, tal como o WordPress ou o SquareSpace.
No entanto, também podes proteger o teu domínio directamente, usando ficheiros htaccess e htpassword para proteger ficheiros no teu domínio. Isto inclui adicionares o teu domínio ao htaccess. Desta forma, irás prevenir que alguém consiga aceder ao teu website enquanto ainda está em fase de construção.
Por outro lado, podes criar uma página “under construction” e redireccionar para lá. Mas não te esqueças que tens de te certificar de que removes essa redirecção assim que lançares o novo site.
2. Bloqueia Crawlers e Indexação: Adiciona Nofollow e Noindex no teu ficheiro de Robots.txt
Já que o ranking da Google é muito importante, tens de te certificar de que o teu site incompleto não seja “crawlado” por bots dos motores de busca. Para além de teres o teu site incompleto a ser indexado pelo Google, esta indexação pode levar à criação de conteúdo duplicado e dificultar o teu trabalho de migração.
O robots.txt diz aos crawlers dos motores de busca (ou robots) como se devem comportar relativamente ao teu website em situações específicas.
Durante o processo de migração, pensa de que forma vais usar o noindex, nofollow, e o disallow.
O noindex e o nofollow avisam os motores de busca de que determinado conteúdo do teu website não deve ser indexado ou seguido por bots, o que significa que não têm um papel no ranking do teu website.
O disallow, por outro lado, diz aos bots que ficheiros não devem ser “crawlados” no teu site, o que significa que não serão indexados e que estas páginas não devem aparecer nos resultados dos motores de busca.
Lembra-te: tanto a protecção de palavras-passe como estas mudanças de robots.txt só estarão a funcionar até terminares o processo de migração.
3. Anota e Documenta as tuas Métricas
Escreve e documenta todas as métricas relevantes das quais costumavas fazer tracking, tais como o teu Bounce Rate, tempo na página, visitas, e o que quer que seja que tenhas usado para medir a performance do teu website. Isto é especialmente importante caso tenhas usado um tipo de tracker de performance que não tenha boas features de documentação.
Usa anotações no Google Analytics para documentar a data na qual fizeste a alteração para o novo domínio. Para além disso, podes adicionar uma anotação fora do comum enquanto estás a avaliar, após a migração.
Isto irá ser útil para conseguires apanhar erros e bugs que ocorram durante a migração, para que consigas ver se existem páginas com uma performance mais baixa da que deveriam ter.
Se ainda não estás a utilizar o Google Analytics deves fazê-lo o quanto antes, pois existem vários motivos cruciais para a utilização deste software.
4. Cria um Mapa de Redireção 301 com todas as Novas Páginas
Uma redireção 301 (ou, 301 redirect) é uma redireção permanente que leva pessoas ao novo URL quando clicam no antigo. Embora haja outros tipos de redireção, esta é considerada a mais aconselhada no que toca a esta etapa de SEO, já que entrega entre 90-99% de poder de ranking ao novo URL.
Se há páginas que serão apagadas (que não serão migradas de um site para outro), lembra-te de adicionar redirects para esses URLs.
Redirecciona para a nova página que é semelhante a essa, ou para a tua homepage, caso não haja conteúdo similar.
Por exemplo, no site antigo tinhas uma página para falar da história da empresa e outra para falar da missão da empresa. Supondo que no novo site irias falar sobre ambos os aspetos na mesma página, então faz todo o sentido de redirecionar ambas as páginas para a nova página.
No entanto, estas decisões também dependem da estratégia corporativa no site, daí eu também aconselhar uma análise caso a caso.
Bonus: Para os webmasters que têm o seu blog alojado em um subdomínio, façam a migração para uma subpasta no vosso site e conseguem ter melhores resultados num curto espaço de tempo.
5. Cria Novos Metadados para as tuas Páginas
Optimiza para SEO usando novos URLs, alt tags, e meta title, e escreve (ou copia da anterior) uma descrição. Embora possas usar o WordPress para auto-gerar meta tags, é mais inteligente que faças este processo manualmente, já que meta tags boas podem aumentar as tuas Click-Through Rates.
O truque aqui é usar termos que sejam semelhantes à tua palavra-chave.
Mesmo sem estares a rankar para estes, serão marcados a negrito na descrição, o que fará com que a tua meta tag seja mais realçada nos SERPs.
É muito importante criar títulos otimizados para os motores de busca e deve ser dada alguma relevância nesta etapa.
6. Cria uma Página de erro 404
Criar uma página de erro 404 customizada é algo que costuma ser negligenciado. Porém, pode ter um papel importante na performance do teu website. Uma página 404 “não encontrado” aparecerá quando os visitantes do teu website clicarem num link que está partido e que não os vai levar a lado nenhum.
Obviamente, durante o processo de migração, estes links são normais, mesmo que tenhas tido imensa atenção no teu mapeamento de redireção 301.
Ter uma boa página 404 customizada pode aumentar customer engagement, já que estas fazem com que seja mais fácil para visitantes do teu website não se sentirem perdidos. Para além do mais, estarás a evitar um dos problemas mais comuns de on-site SEO.
Podes fazer com que os visitantes se sintam mais apaziguados, colocando uma espécie de pedido de desculpas relativo a uma página partida, ou mostrando um link que conduza os visitantes do teu website a informação relacionada. Para além disso, podes adicionar a opção de contactar o administrador do website, o que pode ser uma óptima forma de encontrar mais erros.
7. Cria o teu Ficheiro de Robots.txt
O teu antigo ficheiro de robots.txt é um bom ponto de partida, especialmente no caso de teres passado algum tempo a optimizá-lo. Caso estejas a usar o WordPress, podes editar o teu ficheiro facilmente. Usa o plugin Yoast SEO (deves ter este plugin de qualquer forma, já que é uma ferramenta crucial para instalar no WordPress.)
Se não tens muita experiência no que toca a customizar um ficheiro de robots.txt, podes consultar o Google. O suporte do Google tem alguma documentação relativa a esta matéria.
Já que o processo de migração estará, por esta altura, completamente concluído, podes remover o password protect, bem como os atributos noindex e nofollow, e fazer disallow em robots.txt. Certifica-te de manter as tags onde devem estar - remove apenas aquelas que adicionaste no início.
O nofollow é de especial importância para a tua secção de comentários bem como outras situações nas quais não podes garantir a qualidade dos links que serão postados.
8. Cria Sitemap em .xml ou HTML
Os mapas dos sites são listas de todas as páginas do teu website e da sua relação. Estão à disposição dos crawlers de motores de busca.
Eles armazenam todos os URLs do teu website, e os meta dados, e permitem que os motores de busca tenham acesso à informação mais actualizada.
Existem muitos criadores de mapas visuais que podem facilitar a tua tarefa, especialmente caso não tenhas grande experiência nesta área.
Uma forma simples de criares o teu sitemap é através do ScreamingFrog. Consulta o guia, aqui.
Caso tenhas um site em WordPress, ferramentas como o Yoast facilitam a edição do teu sitemap.
9. Identifica os Backlinks de Maior Autoridade
Este é um dos passos mais aborrecidos nesta lista. No entanto, é super importante em termos de SEO.
Estes links contêm muito do teu poder de ranking. Certifica-te de que crias uma lista com todos os sites de grande autoridade que estão a linkar para o teu conteúdo, juntamente com os artigos, vídeos e outros tipos de multimédia para os quais estão a linkar.
Desta forma, assim que a migração estiver concluída, podes entrar em contacto com webmasters, administradores, ou moderadores destes sites para que possas actualizar o seu conteúdo com os teus novos links.
Este passo demora imenso tempo e exige muito trabalho. Porém, pensa que não é nada em comparação com o trabalho que tiveste e o investimento que fizeste para poder ter estes backlinks.
10. Actualiza os teus Domínios no Google Search Console
Como fazer isto? Utiliza a ferramenta “change of address” no Console.
Assim, o Google passa a ser notificado do facto de o teu conteúdo ter novos endereços de URL, o que significa que o Google actualiza o seu índice. O estado de índice actualizado fica activo durante 180 dias, fazendo com que o Googlebot tenha tempo suficiente para fazer crawling do teu website.
Antes de poderes alterar o domínio, tens de terminar o processo de migração para o teu novo domínio. Para além disso, tens de adicionar e verificar o teu website, clicando no botão “Add a property” na console.
Há uma feature semelhante na ferramenta de webmaster do Bing por isso checa essa caso estejas a usá-la.
11. Actualiza URLs nas tuas Campanhas de Redes Sociais e PPC
Podes achar que fazer uma clone campaign é uma boa ideia. Porém, não é. Porquê? Porque perderias todos os dados que agregaste até essa data para essa campanha específica.
Certifica-te de que mudas o URL em todos os níveis para evitar problemas. Se o copy dos teus anúncios e das extensões de sitelink não for compatível, o anúncio pode não ser aprovado.
12. Solução de Problemas
Embora já tenhas acabado o processo de migração (tecnicamente) ainda precisas de passar por um processo de troubleshooting. Faz Crawl do teu novo website para encontrares e corrigires quaisquer tipo de erros ligados a SEO, tais como conteúdo duplicado, redireções de teste, falta de metadados, etc.
Podes usar o Screaming Frog SEO Spider para este fim. Esta ferramenta tem um comportamento semelhante ao dos crawlers do Google e reporta quaisquer erros que encontre. Lembra-te: a versão “lite” do SEO Spider só consegue fazer crawl de um número máximo de 500 URLs.
Como alternativa, podes considerar uma subscrição ao ContentKing, caso queiras ter uma aplicação totalmente automatizada que continue a checar o teu website à procura de problemas. Esta ferramenta também te ajuda a fazer tracking de quaisquer alterações em elementos relevantes em termos de SEO.
13. Submete e Testa o Novo Sitemap no Google Search Console
Podes fazer isto entrando no relatório do sitemap. Clica em Adicionar/Testar Sitemap. Basta colocares o URL do teu sitemap e de seguida, clica em “testar”. Assim que testes o teu novo sitemap, basta cliclar em “enviar”.
Assim que estiver, podes verificar os resultados e checar quaisquer erros e conflitos que possa haver. Depois de terminares a resolução de todos os problemas e erros, podes submeter o sitemap e o Google irá aprová-lo.
14. Muda de HTTP para HTTPS
Já deves ter reparado que cada vez mais sites têm HTTPS em vez de HTTP, acompanhado de um pequeno cadeado na barra de endereço do teu browser.
Porquê?
Duas razões cruciais:
- HTTPS é um protocolo muito mais seguro (o “s” significa secure)
- Ajuda-te a rankar melhor no Google, já que usar HTTPS é considerado um factor de ranking desde 2014.
A principal diferença é que HTTPS inclui um pacto de “handshake” entre o cliente e o servidor. Uma espécie de contrato de boa fé. Existem dois tipos de verificação diferentes - SSL (Secure Socket Layer) e TLS (Transport Layer Security). O TLS pode ser a melhor escolha, já que actualiza mais regularmente e é mais seguro.
Este processo não é simples. Exige tempo e esforço. No entanto, o resultado final vale a pena.
15. Certifica-te de que Revertes os Passos 1 e 2
Tal como apresentado anteriormente, podes remover o password protect assim que a migração esteja concluída. Também podes remover os atributos gerais de noindex e nofollow. Certifica-te de que as tags estão onde é necessário. Remove apenas aquelas que tenhas inserido no início. Muitas vezes, as pessoas esquecem-se desta parte do processo. O resultado? Os sites podem desaparecer do índice.
16. Presta Atenção e Fica Alerta para Possíveis Discrepâncias
Finalmente, deves sempre prestar atenção e reparar em todos os pormenores do teu website. Faz tracking to comportamento do teu website e da sua performance. Monitoriza erros de crawling no Google Search Console (400 “bad request”, 404 “not found” e por aí fora.) Presta atenção ao feedback dado pelos visitantes do teu site.
Pode haver más redireções, links internos, e outros problemas que os crawlers podem não conseguir encontrar.
Dica de Bónus: Mede o Impacto da Migração com SEMrush
Para poderes comparar com os dados originais, insere o teu novo domínio de URL na ferramenta do SEMrush e exporta todas as palavras-chave.
Depois de teres feito esta parte, podes comparar a informação do SEMrush e da tua spreadsheet. Assim, podes ter noção do impacto da migração neste aspecto específico.
Conclusão
Segue esta lista e vais conseguir minimizar o impacto negativo do teu SEO quando transferires um domínio. Nota muito importante: esta lista não contém tudo aquilo que precisas de fazer durante um processo de migração. Contém apenas os passos importantes a nível de SEO.
Certifica-te de fazer um backup do teu website antes de começares o processo e lembra-te de verificar tudo várias vezes.
Para além disso, existem outros passos cruciais que deves ter em conta para teres a certeza de que consegues os melhores resultados possíveis.
Espero que o teu domínio seja um grande sucesso!