Como Usar a Psicologia das Cores para Otimizar seu Marketing Online

Karla Assis

Abr 22, 201911 min de leitura
Como Usar a Psicologia das Cores para Otimizar seu Marketing Online

Escolha as melhores cores para fazer a sua campanha de marketing se destacar.

Qual a sensação quando você precisa escolher algo e descobre que suas opções são infinitas? Aterrorizante? Inspiradora? Explorar o universo das cores não é algo novo para o marketing, mas sempre envolve uma boa dose desses sentimentos contraditórios.

Escolher as cores em uma campanha de marketing é desafiador porque elas afetam cada uma das (aparentemente infinitas) etapas da comunicação — do branding à experiência de usuário.

A boa notícia é que você também pode contar com um forte componente intuitivo para ajudá-lo nessas escolhas.

Só que não se trata apenas da sua intuição ou gosto pessoal, e sim, da percepção de seu público-alvo. Por isso, vale a pena entender a fundo qual a influência da escolha das cores para o sucesso de uma campanha de marketing.

Como bônus, a gente compartilha 5 tendências atuais do uso das cores no design gráfico que podem inspirar você na criação da imagem visual de futuras campanhas.

Mas antes de mergulhar na psicologia das cores e no conceito de Gestalt, é importante conhecer bem a sua base. Para não se perder em meio às inúmeras possibilidades, o ideal é manter o foco na identidade visual e no objetivo de sua campanha de marketing online.

Como a teoria da Gestalt pode ser aplicada à escolha de cores

Sua estratégia de marketing pode se beneficiar — e muito — com o reconhecimento de padrões de comportamento visual em relação ao uso das cores.

Esses padrões são os fenômenos psicológicos nos quais o conceito de Gestalt se baseia — de forma simples, essa teoria analisa as ‘configurações’ psicológicas que fazemos através da organização de nossas percepções.

Pense nos fenômenos psicológicos como uma espécie de ‘configuração automática’ que o cérebro realiza para compreender os estímulos recebidos através da visão.

Já reparou que você tem a intenção inconsciente de organizar as informações que recebe, inclusive as visuais? Para compreender as coisas que visualiza como um todo, é comum que você atribua significados que identificam rapidamente cada detalhe. É assim que seu inconsciente faz certas associações psicológicas em relação às cores.

Veja alguns exemplos:

Psicologia das Cores

Resumo da influência das cores em campanhas de marketing, com foco na cultura brasileira:

Amarelo

O amarelo é uma cor alegre e estimulante, especialmente em seus tons mais vibrantes. Por isso, é muito usada para atrair a atenção e até gerar impulsividade. Também pode ser associada à riqueza, pela aproximação com o dourado.

Laranja

Cor quente que transmite entusiasmo, criatividade e jovialidade. Também é usada para alertas e na ativação do sentido de urgência. O uso do laranja pode ‘aquecer’ sua comunicação e torná-la mais amigável. Dependendo do tom, a cor pode remeter à sensualidade e bom-gosto.

Vermelho

Cor intensa e energética, que pode tanto ser associada ao romantismo e paixão quanto à agressividade. O vermelho é uma cor de grande impacto visual e transmite força, confiança e excitação, além de estimular o senso de urgência e o apetite.

Violeta

Em geral, o violeta é associado ao mistério e à opulência. Os tons mais fechados e escuros transmitem feminilidade e sofisticação, enquanto as tonalidades que se aproximam do lilás são mais infantis e alegres. Para públicos jovens, o roxo simboliza independência e sagacidade.

Azul

Cor muito utilizada em materiais corporativos por transmitir credibilidade, também pode ser considerada uma opção conservadora. Por ser uma cor fria, pode trazer sensações de frescor e também indicar um maior distanciamento.

Verde

Refrescância, tranquilidade, renovação, saúde e naturalidade são as principais sensações ativadas pelo verde. Em seus tons mais escuros, a cor é percebida como símbolo de riqueza, solidez e sorte. O verde costuma transmitir equilíbrio em um momento de decisão.

Você pode usar abaixo tabela, criada no Canva, para inspirar e orientar a escolha das cores para suas ações de marketing online. Depois, crie paletas que estejam alinhadas com a identidade visual da marca, com o objetivo e as táticas de sua campanha, além dos testes já realizados e tudo mais que possa interferir na percepção de seu público-alvo.

Clique para editar este design no Canva

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Os princípios da Gestalt em relação às cores

Pregnância

Tem a ver com uma sensação de estabilidade, que as pessoas sempre costumam buscar. Como usar esse princípio para escolher uma tonalidade a ser usada em sua campanha? Pense em uma cor com a qual seu público-alvo tenha familiaridade. Ah, e use de forma bem simples e regular no design, para facilitar a assimilação da ideia e identificação com o branding.

Unidade

De acordo com esse princípio, a cor deve ser claramente percebida como parte da composição. Ela pode se destacar ou até se mesclar a outras cores, mas é importante pensar na harmonia para que a sensação de unidade não se perca.

Semelhança

O uso de cores semelhantes é percebido como ‘amigável’ para o cérebro, que tende a agrupar informações parecidas para entendê-las mais rapidamente.

Segregação

Uma boa forma de entender este princípio é pensar em uma cor que fuja da regra de semelhança. Ela certamente vai destacar a parte em que for utilizada no design! Mas você também pode fazer isso com uma cor da paleta, usando recursos diferentes para essa finalidade — como brilhos e sombras.

Continuidade

Este é um dos efeitos mais interessantes da percepção das cores. Com o uso de tons próximos, você pode criar uma ilusão de fluidez e direcionar o olhar da pessoa para algum ponto do design. É como se, ao reconhecer uma sequência visualmente, o cérebro entendesse que deve seguir por ali.

Além disso, há outros princípios da Gestalt que valem ser levados em consideração. Eles são mais relacionados à percepção das formas, mas valem como lembrete da importância da cor do fundo. Afinal, nosso inconsciente não deixa nada passar:

Proximidade

Pode ser conseguida através de ilusões de ótica a partir das cores. Contar com um fundo de tonalidade escura, por exemplo, pode trazer mais protagonismo para os elementos mais claros do design.

Fechamento

Ocorre quando o cérebro ‘completa’ automaticamente uma forma, usando o fundo para suprir a falta de algum elemento — como um traço inacabado, por exemplo. O interessante neste caso é que acontece uma relação mais intensa do público-alvo com a cor. Quando a pessoa se sente compelida a fechar a imagem, ela pode associar a tonalidade do fundo como algo instigante ou entendê-la como uma solução.

Dicas para acertar na escolha de cores de sua campanha

Ao elaborar designs para uma campanha de marketing, a escolha de cores também deve estar alinhada com os objetivos. Sua ideia é atrair, tornar o visual agradável para que a pessoa retenha as informações, gerar engajamento com a marca ou estimular uma determinada ação?

A percepção das cores pode ser algo inconsciente para seu público alvo, mas deve ser muito pensada antes que você coloque em prática a sua estratégia!

Faça uma “2ª via” da identidade visual

Vale a pena repensar os porquês de suas escolhas na composição da identidade visual da marca para elaborar uma campanha mais assertiva. Isso ajuda a manter os conceitos alinhados em cada etapa da estratégia de marketing.

Tendo isso em mente, você consegue ampliar a paleta de cores que ‘conversam’ com o seu branding. E, inclusive, você pode usar as novas cores para causar impactos diferentes quando desejar — sem perder sua conexão com os usuários que já reconhecem a marca.

Adote táticas visuais para o uso de cores

Usando a Gestalt das cores e uma paleta que tenha o DNA de sua marca, é possível apostar em diferentes táticas para aprimorar suas estratégias. Por exemplo, você pode fazer testes A/B até descobrir a tonalidade ideal para um botão de CTA de sua newsletter.

Aliás, este é um ponto que gera bastante discussão entre os profissionais de marketing. Isso porque nem sempre a cor que gera mais engajamento reflete diretamente o que aparece nas tabelas de psicologia das cores.

Hora de acionar a contextualização, que a gente SEMPRE precisa exercitar!

Um bom exemplo disso são os testes realizados no passado para definir se o verde ou o vermelho seriam mais efetivos no botão de CTA. Ok, as luzes de um sinal de trânsito podem até funcionar como uma espécie de ‘chamado para ação`. Mas não dá para comparar as situações.

É preciso pensar na interação com o conteúdo e o design onde o call-to-action de uma campanha está inserido. Aí sim! Quanto mais agradável e chamativa for a cor, maiores serão as chances de clique.

Mantenha a consistência na escolha de cores

Depois de testar e aprender mais sobre as cores que funcionam para suas campanhas de marketing, é hora de ampliar o uso de sua paleta. Essa é uma das vantagens de passar por todo esse processo: o trabalho diminui muito na elaboração de outros tipos de design.

Aquele misto de terror e encantamento diante da infinitude do universo das cores já não é tão intenso. Agora, você pode usar e abusar de suas ‘eleitas’ de diversas formas. Vale reforçar a identidade visual em suas redes sociais — através de filtros com uma tonalidade específica, por exemplo. Ou, então, trabalhar as cores com efeitos de sombras e brilhos em seus impressos.

Só não vale perder de vista a harmonia entre os materiais de sua campanha. Quanto mais fácil for a assimilação da cor na composição das mensagens, melhor será a identificação visual da marca e maior a eficiência de sua estratégia.

Por mais que você use tecnologias sofisticadas, é sempre bom se lembrar de um conceito extremamente simples: uma imagem vale mais do que mil palavras.

Tendências atuais do uso das cores no marketing

Não dá para a gente falar em influência das cores no marketing sem mencionar as tendências. Afinal, elas também partem de percepções inconscientes que podem se propagar no futuro.

Antecipar tendências de cores é uma obsessão para diversas indústrias ligadas ao design. Isso porque a velocidade com que as pessoas têm acesso a inovações é muito maior atualmente. O lado ruim é quando há tamanha insistência em algumas novidades que elas logo se tornam cansativos — e passam a ser chamadas de ‘modismos’.

A dica, então, é apenas experimentar as tendências que tenham real sintonia com o branding. E aí também vale a máxima do ‘use com moderação’:

Cor do ano

A Pantone é reconhecida mundialmente por seus padrões de referência em cores e agora está popularizando o resultado de suas pesquisas comportamentais. Desde a virada deste milênio, a empresa vem apresentando suas apostas de ‘cores do ano’, que logo são propagadas em todas as mídias.

Ao acompanhar esses lançamentos, você pode se beneficiar com diversos insights sobre novos desejos de consumo e também sobre a forma com que as pessoas reagem à essas cores. Basta lembrar que nomes como Marsala, Rosa Millennial e Ultravioleta atualmente fazem parte do repertório de cores de muita gente — e não apenas dos designers.

Efeito Duotone

Essa é uma tendência muito explorada quando o design utiliza fotografia. A técnica trabalha a imagem com 2 cores bem contrastantes, trazendo para a foto um efeito mais simples e chamativo — o que aumenta a pregnância da comunicação.

Além disso, a dupla de cores também pode ser usada com outros estilos de design, para estimular os princípios de proximidade e fechamento através do contraste entre figura e fundo.

Aquarela

Nos últimos anos, houve um aumento na criação de designs com aparência de ‘feito à mão’, com fontes que lembram a caligrafia. Isso dá a sensação de personalizar a comunicação, mas as linhas da fonte são finas demais para proporcionarem uma boa leitura.

Uma solução que tem sido muito utilizada para isso é o ‘splash’ de uma cor suave sob a forte, que traz contraste e garante o destaque sem fugir da proposta.

As tonalidades clarinhas e ‘lavadas’ eleitas por essa tendência transmitem tranquilidade e um toque poético muito bem-vindo em uma campanha com tom mais intimista.

De volta ao futuro

Atualmente, há um resgate de imagens vintage em diferentes setores, incluindo a moda e a decoração. E o design gráfico acompanha essa tendência através do uso de cores ‘elétricas’ que remetem às décadas de 1980 e 90, como rosa, laranja, azul e os tons fluorescentes de verde e amarelo.

Para dar destaque e acender ainda mais essas tonalidades, os tons escuros são preferidos para os fundos — aproveitando a gama de cinzas para criar efeitos metalizados.

Minimalismo

Essa tendência traduz o desejo de transmitir uma imagem sofisticada, sem demonstrar esforço de persuasão. Ela também ressoa com o conceito de pregnância da Gestalt, que privilegia a clareza e simplicidade para compreensão imediata da mensagem.

O preto e branco costumam dominar esse estilo, mas os subtons têm ganhado cada vez mais espaço. Só que neste caso, eles não derivam de cores alegres e joviais (como os aquarelados).

O novo protagonista é o coral, anunciado como a cor de 2019 pela Pantone.

Conclusão

Assim como as tendências estão sempre se renovando, a forma com que as pessoas se relacionam com as cores também passa por diversas ‘atualizações’ e sofre influências culturais. Por isso é importante entender como essas informações visuais são reconhecidas pela mente e estar por dentro das novidades em termos de design.

Ao se aprofundar nesses processos, você passa a ter ferramentas para lidar melhor com as transformações na percepção do público-alvo de suas campanhas. E isso também contribui para consolidar a imagem da marca, através de uma ‘otimização’ do uso das cores.

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Karla Assis é especialista em marketing digital do Canva, uma plataforma digital que permite a qualquer pessoa criar designs profissionais de maneira intuitiva e gratuita.