7 Erros de Posicionamento no SEO Internacional

Aleyda Solis

Dez 18, 201911 min de leitura
7 Erros de Posicionamento no SEO Internacional

Estabelecer uma presença multilíngue e / ou multinacional online para expandir o alcance de seus negócios para um público internacional  exige uma compreensão aprofundada dos mercados-alvo e conhecimento de táticas de SEO Internacional para criar segmentação adequada, configuração técnica, conteúdo, otimização e promoção.

A falta de conhecimento sobre os elementos acima é o principal motivo de erros nos processos de SEO internacional. A maioria desses erros resultam numa experiência ruim do usuário e o projeto de SEO internacional falha em obter os resultados desejados. É por isso que ter noções de SEO técnico é essencial para trabalhar com campanhas internacionais.

Embora existam muitas regras que os profissionais de marketing devem saber, listamos alguns dos problemas e maneiras mais comuns de falhar no SEO internacional (e como você pode evitá-los).

1. Não usar URLs diferentes para cada uma das suas versões internacionais do seu site

É fundamental que cada uma das páginas de um idioma ou país específico seja apresentada por meio de URLs específicos e acessíveis, para que elas possam ser rastreadas, indexadas e classificadas pelo Google. Isso é melhor do que depender do rastreamento adaptável ao local, que tenta identificar o idioma e / ou país de um visitante e mostrar a versão local do conteúdo no mesmo URL.

Como o Google menciona em sua própria documentação oficial: “O Google pode não rastrear, indexar ou classificar todo o seu conteúdo para diferentes localidades. Isso ocorre porque os endereços IP padrão do rastreador do Googlebot parecem estar baseados nos EUA. Além disso, o rastreador envia solicitações HTTP sem definir o parâmetro Accept-Language no header da solicitação.

É por isso que você deve estabelecer uma estrutura individual para cada uma de suas versões internacionais, seja usando domínios de topo, subdiretórios ou subdomínios se você estiver segmentando por país ou usando subdiretórios ou subdomínios se for por idioma. Todos eles têm prós e contras, e as opções devem ser avaliadas para selecionar a melhor estrutura internacional com base em suas próprias características, objetivos e restrições.

O que também é importante é mostrar consistentemente a versão real do URL de uma página relevante para um idioma ou país para os visitantes quando eles chegarem ou quando optarem por ir para essa versão. Essa estratégia é melhor do que fazer o que alguns sites como o Entrepreneur fazem; no exemplo abaixo, eles escolhem mostrar a versão em espanhol da página inicial no mesmo URL que o inglês (https://www.entrepreneur.com/) quando identificam que o usuário está usando um navegador em espanhol.  

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Isso é desnecessário, já que o Entrepreneur  possui uma versão em espanhol da página inicial exibida num URL separado ( https://www.entrepreneur.com/es), como você pode ver abaixo. Esse seria o URL relevante que deveria aparecer neste caso para evitar uma experiência confusa, permitindo que os usuários que falam espanhol compartilhem o URL ou deixem um link para ele.

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2. Redirecionar automaticamente seus usuários para uma versão internacional do seu site sem dar uma escolha

Embora você queira encaminhar seus usuários para a versão de país ou idioma relevante, não é recomendável fazer isso automaticamente usando redirecionamentos. Redirecionamentos podem criar uma experiência confusa e intrusiva para os usuários que podem ter visto um conteúdo em um outro idioma ou em uma versão do site de país específico. 

Um fato rápido sobre o Google

Neste ponto a maioria dos IPs do Googlebot ainda é dos EUA, o Google ainda não faz rastreamento de todos os países (os bots vêm principalmente dos EUA e de alguns outros países). Portanto, se redirecionarmos para a versão do site desses países, o Googlebot será sempre redirecionado e verá apenas algumas versões do site, não todas.

Você não está apenas redirecionando usuários, mas também os bots

É por isso que é melhor permitir que o usuário navegue em qualquer versão internacional em que chegou e que o Googlebot rastreie qualquer versão em vez de redirecioná-los com base em IP.

Exemplos

Uma experiência ainda pior é oferecida quando o redirecionamento é feito sem permitir que os usuários alternem para a versão internacional que desejavam acessar. Isso pode ser visto em alguns blogs ou sites de notícias, como o Gizmodo, como mostrado abaixo.  

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Em vez do redirecionar, recomendamos permitir que os usuários acessem a versão internacional originalmente selecionada, informando que pode haver uma versão de idioma ou país mais relevante para eles com base no IP do navegador ou do país. Você pode fazer isso de maneira não intrusiva e visível, dando a eles a opção de permanecer ou alterar as versões, como a Autodesk.

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3. Deixar o conteúdo de suas diferentes versões do site sem localizar

Mesmo se você segmentar países diferentes que falam o mesmo idioma, não opte por reutilizar o conteúdo em diferentes versões do seu site. É fundamental que o conteúdo apresentado em cada uma das versões do site seja localizado, visando um comportamento específico do público em cada mercado geográfico. O conteúdo pode ser diferente, mesmo se você estiver usando o mesmo idioma. As diferenças linguísticas podem incluir termos específicos ou palavras localizadas diferentes para descrever produtos ou serviços. Apesar de falar o mesmo idioma, as preferências podem mudar de país para país.

Por exemplo, podemos ver como na versão americana do site da Adidas, há uma categoria "Soccer cleats" chamada "Football Boots" na versão do site do Reino Unido. Esses sites foram localizadas levando em conta a maneira como os usuários pesquisam em cada país - que é diferente nesse caso, mesmo que falem o mesmo idioma.

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Também é fundamental desenvolver uma lista completa de palavras-chave e fazer pesquisas competitivas para cada um dos países segmentados. Essas ações devem contar com a participação de um falante nativo desse mercado específico, a fim de identificar o comportamento de pesquisa específico do público. Você pode otimizar seu conteúdo, organização, design e ações promocionais com base nessas preferências.  

4. Usando um único domínio de topo para atingir muitos países

Os sites que começam segmentando um país específico, geralmente o seu próprio, e usam domínios de topo específicos do país (com código de país como .uk, .mx, .es, .fr ou .de, que já é geolocalizado por padrão), podem ter dificuldades na hora de expandir internacionalmente.

Eles não terão a opção de usar esse domínio inicial para segmentar outros países, como você pode fazer com um domínio genérico como .com, .org, .net, que não estão associados a um país específico. Um domínio de topo genérico pode ser usado para segmentar muitos países, ativando subdiretórios ou subdomínios que podem ser geolocalizados por meio do Google Search Console.  

Infelizmente, algumas empresas não conhecem essas opções e tentam segmentar outros países ativando subdiretórios para diferentes regiões  em um domínio de topo específico de país que já está geolocalizado para a região inicial. Confira o exemplo abaixo, com uma versão do site para os EUA em um subdiretório localizado em um domínio específico do país .co.uk (que já está geolocalizado por padrão no Reino Unido).

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Por esse motivo, ao expandir para novos mercados internacionais, as empresas que já possuem um domínio específico de país (em vez de um domínio genérico) precisam optar por segmentar outros países usando domínios específicos para cada país. Essa opção exige muito trabalho para aumentar a popularidade individual de cada domínio. Outra opção seria migrar ou estabelecer adicionalmente uma nova presença online com um novo domínio genérico que ajudaria uma empresa a atingir muitos países com mais eficiência, permitindo criar subdiretórios que podem ser geolocalizados no Google Search Console.  

5. Supor que o Google ofereça suporte à segmentação por continente com domínios .asia ou .eu ou valores "eu" em Hreflang

O Google não oferece suporte (pelo menos ainda não) a segmentação regional em um continente, seja para domínios regionais de topo como .eu ou .asia, que são considerados domínios genéricos ou para os casos de uso de valores regionais como "eu" para a Europa em hreflang já que o Google suporta códigos de país ISO 3166-1 alfa-2 para eles.

É importante levar isso em consideração ao decidir se deve estabelecer uma presença com um domínio .eu para trabalhar na Europa quando, em vez disso, seria melhor usar um domínio genérico com subdiretórios específicos que possam ser geolocalizados por meio do Google Search Console e marcados com  hreflangs para segmentar países europeus específicos individualmente.

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6. Canonicalizar todas as versões internacionais do site em uma URL para evitar problemas de conteúdo duplicado

Às vezes, mesmo depois de localização, devido à natureza do seu negócio, você pode acabar tendo conteúdos muito parecidos em versões do site de países diferentes que falam o mesmo idioma (como inglês nos EUA, Reino Unido ou Austrália).

No entanto, se essas versões dos países estiverem localizadas corretamente em seus mercados relevantes, o conteúdo dessas páginas não deverá ser visto como duplicado, pois está direcionado a diferentes públicos e precisa ser indexável para ranquear efetivamente em cada país.

Você não precisa colocar rel canonical nessas páginas para uma das versões de país, porque cada uma é considerada única, pois é direcionada para um local diferente

Às vezes, pode surgir confusão ao ver a canonicalização entre países em alguns sites grandes e conhecidos, como no exemplo do Airbnb abaixo. Podemos ver que eles estão canonicalizando sua home page mexicana com a versão em espanhol da página inicial no domínio .com. No entanto, não sabemos o contexto em que a decisão para essa configuração foi tomada e, por outro lado, podemos ver que nos mercados em que eles têm uma presença ativa na pesquisa orgânica, como Reino Unido, França ou Espanha, eles estão usando auto-referências.

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Nesse caso para segmentar e ranquear efetivamente as páginas de cada versão de país em seu mercado relevante, recomendamos geolocalizar cada uma delas usando domínios de topo de país ou subdiretórios ou subdomínios com segmentação geográfica - que pode ser marcado no Google Search Console - além de usar anotações hreflang para especificar o idioma e o país de destino para cada página e as versões alternativas dela.

7. Implementar Hreflang sem seguir um processo que inclui validação

Podemos escrever um post inteiro sobre os erros que geralmente são cometidos ao implementar as anotações hreflang. De fato, escrevi e falei exatamente sobre isso no passado. Desde o uso de valores não suportados ou especificação de país sem o valor do idioma até incluir URLs não indexáveis, entre muitos outros.

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Em geral, esses erros geralmente ocorrem devido à falta de um processo de implementação do hreflang que inclua uma validação, por exemplo assim:

A. Avaliar o escopo de implementação de idiomas e países

Identificar as versões de idiomas e países que precisam usar o hreflang, especialmente aquelas com resultados de pesquisa abaixo do esperado que precisam ser priorizados.

B. Escolher o método de implementação

Avaliando o método de implementação do hreflang mais adequado (tags no cabeçalho HTML, cabeçalho HTTP ou mapa do site XML) com base nos requisitos do site e do projeto e nas restrições.

C. Especificando o padrão de código Hreflang

Defina a marcação hreflang a ser usada na implementação. Você tem como referência os guidelines oficiais do Google para o método escolhido, e formatos e valores de países e idiomas suportados, para evitar tags, atributos ou valores não suportados.

D. Validar a implementação do Hreflang em um ambiente de teste

Rastrear as páginas com o hreflang (por meio de um site e, alternativamente, um rastreamento de mapa do site XML, se esse foi o método escolhido de implementação) em um ambiente de teste antes do lançamento, para identificar possíveis erros de implementação.

E. Monitorar e solucionar erros da implementação do Hreflang após o lançamento

Rastreie novamente as páginas com hreflang depois de lançá-las no site real para identificar quaisquer problemas restantes e comece a monitorá-las através do relatório de segmentação internacional do Google Search Console (International Targeting report). O monitoramento contínuo também deve ser iniciado para identificar qualquer problema ao publicar páginas novas, alterar ou eliminar as existentes. E também para identificar possíveis problemas de desalinhamento de novos idiomas e países nos resultados da pesquisa do Google por meio do Google Search Console Search Analytics ou do Relatório de desempenho.

F. Estabelecer diretrizes de boas práticas da Hreflang

Documentar o escopo da implementação do hreflang e as regras que devem ser seguidas para definir boas práticas que possam ser levadas em consideração sempre que as páginas dos idiomas e / ou países relevantes forem publicadas, ou seus URLs forem alterados ou removidos. Esta documentação é necessária para garantir que as anotações do hreflang possam ser atualizadas e validadas de acordo.  

Com esse tipo de processo de implementação do hreflang os erros serão minimizados e, se ocorrerem, rapidamente identificados e solucionados.


Esperamos que este post vai ajudar você a evitar esses problemas bastante comuns de SEO Internacional e, se você estiver enfrentando algum deles no momento, agora pode resolvê-lo. 

Quer aprender mais sobre como fazer SEO Internacional e introduzir o seu site nos mercados de outros países? Assista ao webinar SEO Internacional: Como Expandir o seu site para outros países com Ewerton Silva

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SEO consultant, author, speaker and entrepreneur. Founder of Orainti (a boutique SEO consultancy working with some of the top Web properties and brands, from SaaS to marketplaces) and co-founder of Remoters.net (a free remote work hub, featuring remote jobs, tools, events, guides, and more to facilitate remote work). Aleyda enjoys sharing about SEO through her blog, the #SEOFOMO newsletter, the Crawling Mondays video and podcast series and over Twitter.