Já estamos em Fevereiro e alguns podem achar um pouco tarde para tal artigo. Entretanto, sabemos que o ano só começa mesmo depois do Carnaval.
Portanto, sem muitas delongas vou direto ao ponto. A seguir listei 18 previsões e tendências que considero importante para profissionais que trabalham com essa ciência nada exata que é o search engine optimisation.
#1 UX passará a ser o quarto pilar do SEO
Os mais recentes estudos de fatores de ranqueamento, incluindo o da SEMrush, comprovaram a influência das métricas de engajamento no posicionamento orgânico.
Mesmo sem a confirmação oficial do Google (coisa que raramente acontece), ficou claro que métricas como CTR, DWELL Time e Bounce Rate, antes dadas como incertas, exercem influência nos resultados de pesquisa orgânica.
Mas é importante ressaltar que user experience (UX) não se resume a tais métricas. É preciso levar em consideração a acessibilidade do site, a arquitetura de informação, a navegabilidade entre outros fatores.
Em suma, podemos dizer que de 2018 em diante UX passa a ser o quarto pilar do SEO junto com: Tecnologia, Conteúdo e Autoridade (a.k.a link building).
#2 Tempo de carregamento no mobile (já confirmada)
Em Janeiro deste ano o Google confirmou publicamente que a partir de Julho passará a utilizar o tempo de carregamento mobile como fator de ranqueamento. Mais detalhes no artigo do Webmaster Central blog.
Sim, hoje o tempo de carregamento do desktop é utilizado como sinal e não do mobile, como muitos equivocadamente evangelizam.
Minha previsão é que na mesma data deva ocorrer o anúncio oficial do " Mobile First Index".
#3 Links continuarão sendo o principal fator de ranqueamento
Em Março de 2016 o Googler Andrey Lippatsev confirmou publicamente que os três principais fatores de ranqueamento em ordem de prioridade são links, conteúdo e RankBrain (leiam User Experience).
Desde então este pobre Googler nunca mais foi visto em público. Não, ele não morreu mas ele deixou de falar publicamente em eventos e conferências. Por que será?
No ano passado o Google tentou desmentir essa informação, mas nossos testes comprovam que os links ainda são os mais influentes quando o assunto é ranqueamento orgânico.
Apesar de alguns estudos indicarem que os links estão perdendo força, eles continuarãosendo o principal fator de ranqueamento. Portanto, invista em estratégias para conquista-los sem infringir as diretrizes do Google ou contrate uma agência especializada.
No webinar que ministrei em parceria com Carolina Peres, também autora aqui do blog, compartilhamos várias estratégias para conquista de links que não infringem tais diretrizes.
Entretanto, é importante ressaltar que os links internos também são importantes para se chegar ao topo das buscas. Da arquitetura dos menus aos links de conteúdo, todos são importantes e continuarão sendo.
#4 Conteúdo Continuará sendo Rei
Um dos clichês mais utilizados em SEO é "O conteúdo é rei", em 2018 isso continuará sendo verdade.
Entretanto, devido ao tsunami diário de conteúdo que é produzido diariamente ficará cada vez mais difícil de se destacar, principalmente na busca orgânica.
É então que entra minha próxima previsão, o engajamento.
#5 E o engajamento Rainha (leia o tópico 4 e 5 na sequência)
Nunca foi tão importante se preocupar com a taxa de rejeição, o tempo de permanência no site, profundidade de rolagem, compartilhamentos sociais e comentários. Todos indicadores de engajamento que, comprovadamente, o Google analisa para definir o posicionamento orgânico do seu conteúdo.
Contudo, quando o assunto é engajamento precisamos tocar o emocional das pessoas e é então que o aprendizado de máquina passar a ter grande influência com as análises de impacto emocional.
O plugin para Wordpress Watsonfinds já faz isso com certa excelência. Basicamente, o plugin utiliza o Watson da IBM para definir qual será o impacto emocional do seu conteúdo antes dele ser publicado. Mais detalhes no artigo do blog CodeinWP.
#6 AMP passará a ser obrigação
Para aqueles que estavam hibernados desde de 2015, AMP é a sigla em inglês para accelerated mobile pages, uma tecnologia open source desenvolvida pelo Google para criar páginas web mais leves e rápidas para dispositivos móveis.
Inicialmente concebida para portais de conteúdo e news publishers a tecnologia evoluiu rapidamente e hoje é possível implementar páginas em AMP até em sites de e-commerce.
O simples fato de que páginas em AMP são beneficiadas nos resultados orgânicos mobile do Google já é argumento suficiente para adotar a tecnologia.
Mas se ainda não for, na eminência do Google passar a utilizar o tempo de carregamento mobile como fator de ranqueamento e no roll out to Google Mobile First Index, AMP faz todo sentido.
A título de informação, páginas AMP carregam até 4 vezes mais rápido que páginas responsivas.
#7 Google deixará de rastrear Ajax (confirmado)
O famigerado e ultrapassado js framework AJAX, temido por SEOs e na grande maioria das vezes incorretamente implementado por desenvolvedores não terá mais suporte do Google.
Venhamos e convenhamos, com tantos frameworks mais modernos por ai, por que insistir no AJAX?
#8 Entretanto passará a rastrear melhor outros js frameworks
Angular, Ember, Node-SJ, J-SON LD entre muitos outros evoluíram bastante nos últimos anos e podemos dizer que o Google aprendeu a rastrea-los.
Prova disso é a mais recente tendência de desenvolvimento de sites em WordPress, a WPheadless. Basicamente, uma estrutura sem tema que utiliza a REST API como centro de integração e js frameworkscomo React para renderização do conteúdo.
#9 Mais Precisão para Pesquisas Locais (Local SEO)
O refinado dos resultados de busca com base na localização do usuário continuará ganhando força e as barreiras locais caírão, ou seja, não será mais tão importante incluir geo-modifiers nas pesquisas para obter resultados locais.
Em um artigo publicado no final de Outubro de 2017 o Google confirmou que a passará a dar mais peso para a localização geográfica do usuário para retornar os resultados.
O que isso quer dizer?
Simplesmente que não precisaremos mais incluir a localização para obter resultados de empresas locais. Em teoria, se você mora na Vila Maria e quer pedir uma pizza, não há mais a necessidade incluir o termo Vila Maria junto de Pizzaria.
#10 Melhoras significativas nos filtros Panda e Pinguim com auxílio do RankBrain
Da mesma forma que o aprendizado de máquina (machine learning) trouxe melhoras expressivas para o Google Translate, ele irá aprimorar os filtros de qualidade Panda e Pinguim, ou seja, ficará cada vez mais difícil de enganar sistema.
#11 Featured Snippets
Featured snippets ou Rank Zero, são aqueles resultados que aparecem em destaque nos resultados de pesquisa do Google acima da primeira posição orgânica.
Com o aumento das buscas por voz e dos personal assistants como Google Home e Amazon Alexa, conquistar tais resultados será de suma importância. Uma vez que tais devices tendem a retornar apenas os primeiros resultados, em muitos casos os featured snippets.
#12 Voice Search Optimisation
A previsões sobre o futuro da busca por voz são incertas. Mas posso afirmar que só vai continuar aumentando e que você precisa otimizar seu site para se adaptar a ela.
Eu poderia escrever um artigo sobre o tema, mas decidi compartilhar o artigo da minha colega de profissão Dawn Anderson, um dos mais completos e detalhados artigos sobre voice search.
#13 On-page 2.0: Dados estruturados e estruturas semânticas
Dados estruturados, marcação semântica ou schema, chamem como quiseram, o importante é que façam uso.
Além de ajudar a criar os rich snippets, tais estruturas semânticas auxiliam os bots a compreenderem com mais facilidade o significado de uma página.
Por tip: considerem a implementação com J-SON LD via Google Tag Manager.
#14 Crawl Rate Optimisation será melhor compreendida
Há tempos eu evangelizo sobre a importância de otimizar o rastreamento do bot, seja por meio de análise de log de servidor ou simples configurações do robots.txt o importante é garantir que o bot sempre rastreie páginas que realmente importam.
Um dos conceito mais equivocados nos dias de hoje em SEO é o de que "quanto mais páginas indexadas melhor".
Portanto, comece analisando as páginas indexadas do seu site. Garanta que página irrelevantes para o bot não sejam indexadas. Exemplos: resultados de busca, filtro e em alguns casos até páginas de tags.
Depois parta para análises mais avançadas como por exemplo análises de log de servidor com ferramentas como SEO Log File Analyser ou Splunk (prometo que meu próximo artigo aqui no blog será sobre esse tema).
#15 Novas ferramentas serão introduzidas ao Google Search Console (já começou)
Acredito que todo mundo que tem seu site cadastrado no Google Search Console já recebeu o convite para testar a versão beta.
Nela já possível sentir o gostinho do que vem por ai. O relatório de Index Coverage é um claro exemplo disso. Nunca antes foi possível analisar com tanto detalhe porque determinadas não estão sendo indexadas ou foram removidas do índice.
#16 Mais facilidade de integração a API do Google Search Console
Quem já fez a integração com a API do Google Search Console sabe do que eu estou falando. Portanto, a previsão, ou melhor, o pedido aqui é simples.
"Google facilita nossa vida ae, por favor?"
#17 Mobile First Indexing official rollout
Há quem diga que já está rolando mas acredito que será anunciado em Julho, justo quando o tempo de carregamento mobile passará a ser utilizado como fator de ranqueamento.
#18 Google passará a fornecer mais informações sobre os resultados orgânicos
Historicamente as informações em relação aos resultados de pesquisa orgânica por parte do Google foram sempre muito superficiais.
Entretanto, algo me diz que estamos perto de uma nova era onde o Google passará a ser mais transparente em relação aos mistérios dos resultados orgânicos.
Não, eu não prevejo o Google lançando o E-book Mitos e Verdades sobre a Busca Orgânica.
Na minha opinião, tudo começou a mudar quando Danny Sullivan editor chefe e criador do Search Engine Land foi contratado pelo gigante das buscas.
O lançamento da nova série de vídeos SEO Snippets no canal do Google Webmasters no Youtube e o novo perfil do Twitter Google SearchLiason criado para compartilhar informações de como funciona a busca do Google, são claros indícios de que as coisas estão mudando.
E ai, concorda ou discorda das minhas previsões e tendências de SEO para 2018?
Expresse sua opinião nos comentário abaixo.