Por que a busca por voz vai mudar drasticamente a maneira de fazer SEO

Débora Baptista

Jun 01, 20175 min de leitura
Por que a busca por voz vai mudar drasticamente a maneira de fazer SEO

De acordo com a Search Engine Watch, as consultas de pesquisa por voz em 2016 já haviam aumentado mais de 35 vezes em relação a 2008. Podemos enumerar diversas razões para isso, sendo uma das bases do crescimento o fato de a voice search permitir que as tarefas do dia a dia sejam feitas em tempo real, principalmente no que se relaciona às compras.

Ao fazer uma pesquisa por voz, o usuário está em busca de respostas mais completas, justamente por fazer uma busca frasal, diferente da digitação, que costuma se limitar a termos-chave.

Quando o recurso recebe um comando de voz, está preparado para focar na intenção do usuário e não naquilo que as palavras significam exatamente

Esse tipo de pesquisa não é novo e está em andamento desde a implementação do RankBrain, mas está muito alinhado ao pensamento humano e sua maneira de perguntar coisas através da fala. A maneira como falamos é diferente daquela com a qual escrevemos.

Isso se torna ainda mais especial no caso da busca por voz, pois o algoritmo dos mecanismos de busca, apesar de poder se apropriar de tudo o que já foi indexado e apreendido no decorrer dos anos, tem de mudar a maneira como organizam a pesquisa tentando chegar cada vez mais próximo da intenção do usuário.

É como perguntar algo a seu melhor amigo

Considerando que a busca é feita de forma mais relacionada ao campo semântico do termo de interesse, é possível dizer que a máquina caminha cada dia mais para se adaptar ao homem. A grande facilidade que um tablet ou celular apresenta, devido às suas características físicas, para se fazer uma pesquisa por voz, também promoveu um boom neste tipo de pesquisa, além do uso dos assistentes pessoais como Google Assistant, Siri e Cortana.

Hoje, os assistentes pessoais são uma aposta gigante das tecnologias, justamente por mudar o modo como nos relacionamos com nosso smartphone. Organizar a agenda, marcar um transporte e acionar o despertador parecem ser atividades muito humanas, no entanto, Google Assistant, Siri e outros, já estão mais que preparados para realizar essas tarefas antes tão humanas!

Através do voice search, percebemos que são procurados tópicos utilizando palavras-chave cada vez mais difusas, criando long tails ainda maiores, o que demanda que seja feita uma busca e escolha mais apurada delas, sempre lembrando que o resultado deve-se adequar à fala e estar necessariamente ligado à linguagem oral, mais simples e coloquial. Dessa forma, salvo casos onde a pesquisa por voz é feita utilizando apenas uma palavra-chave (no exemplo de marcas, artistas, etc.), o conteúdo apresentado será algo mais relacionado ao campo semântico ligado à oralidade da língua. Aí está a importância de se adaptar as palavras-chave para este tipo de linguagem.

Para compreendermos de maneira mais clara como é feita a busca semântica, é importante lembrarmos que aquilo que é procurado em algum buscador como o Google, irá se relacionar a um conjunto de outras palavras, pois existem mais de 450 mil palavras do léxico que podem estar em combinação com uma pesquisa específica.

Relacionado ao seu histórico de busca, de visitação aos lugares, de compras, entre outros, consideramos que o buscador terá facilidade em desvendar sua intenção por trás de um pedido feito através da voz. Ou seja, entendendo que exista uma certa clareza do comportamento do usuário, serão apresentados os resultados mais diretos possíveis ao desejo expresso.

Como se pergunta vale mais do que o que é perguntado

Considerando que o contexto semântico estará em evidência, exemplificamos:

Onde comer em Perdizes? x Usuário de iPhone, localizado em Perdizes, em busca de algo para comer

Para responder a esta simples pergunta, através do exemplo, já conseguimos compreender como será dada a resposta pelo buscador, considerando a localização e o histórico de compras e buscas realizadas naquele dispositivo. Se o usuário considera mais os resultados de comida japonesa, os primeiros resultados não serão de comida italiana.

É importante ressaltar, então, que mesmo uma busca mais ampla pode retornar um resultado que atue no micromomento certo e resulte em alguma ação, como pedir uma pizza ou baixar um eBook com receitas saudáveis enquanto pesquisava sobre novas receitas para provar. Isso porque a intenção desse usuário, na pesquisa de voz, é comer. Esse processo, aliás, é muito parecido ao da busca local, porém focado em desvendar as preferências pessoais e não somente as opções locais. Afinal, o usuário pode estar viajando e utilizar a pesquisa de voz procurando um bom restaurante em uma cidade nunca visitada antes.

No gráfico abaixo, está exemplificado o que é considerado para que o dispositivo crie determinado contexto para responder a indagação do usuário:

Como o algoritmo funciona
Fonte: Tom Anthony

É possível dizer, então, que é de extrema importância relacionar as palavras-chave do seu estabelecimento ou negócio a locais, lugares, ou qualquer elemento que esteja relacionado à intenção de compra ou adesão, para que você seja contemplado através da busca semântica.

Assim, vale dizer que o Google relaciona os gostos pessoais do usuário - que podem demonstrar sua intenção - também ao consumo e aos estabelecimentos preferidos, visitados ou acessados com certa frequência. Fazer isso ajudará a rankear melhor no voice search, além de otimizar seus resultados para as pesquisas locais.

Se você acredita que pode existir algum tipo de dúvida sobre a pronúncia do nome do seu negócio, é preciso tomar um cuidado especial: isso pode te prejudicar se o usuário pesquisar por ele diretamente.

Para já ir se preparando, dá para começar com os seguintes passos:

  • Foque (ainda mais) nas long-tails: as palavras-chave mais gerais nunca vão deixar de existir, mas elas se tornam cada vez mais irrelevantes em pesquisas frasais como as buscas por voz. Aposte cada vez mais em palavras-chave conversacionais.

  • Aposte no Microdata: quando as informações mais relevantes aparecem diretamente nos resultados de pesquisa, o conteúdo passa a ser ainda mais relevante para os usuários que buscam por voz.

  • Crie páginas que respondam a perguntas: quando falamos, sempre começamos uma pergunta com "como", "o que", "onde", "quem", etc. Isso também se aplica às pesquisas via teclado, mas ganha força especial com a voice search por deixar a pergunta mais longa e exigir uma boa resposta para aparecer (através do campo semântico) nos SERPs.

  • Faça pesquisas por palavras-chave conversacionais: busque por long-tails comumente buscadas e identifique uma oportunidade nelas. Assim você chegará cada vez mais perto dos primeiros lugares nos SERPs.

A busca por voz é o futuro?

É importante dizer que pretende-se aprimorar os assistentes pessoais para realizarem vendas instantâneas através da voz do usuário, um recurso parecido com o já utilizado “compra com um clique”, substituindo o clique por uma interação direta via voz. Não parece algo distante se pensarmos nas experiências proporcionadas pelos sites de compra hoje em dia.

Seguindo o fluxo de ocorrências de pesquisa hoje, até 2020, é estimado que as pesquisas através da voz apresentem contribuições em pelo menos metade das buscas na internet. Afinal, os assistentes pessoais podem ser usados para qualquer tipo de função. Até mesmo para termos uma companhia.

Agora que você sabe da tendência de crescimento da busca por voz e sabe como adequar seu estabelecimento para contemplar as demandas da pesquisa, é hora de otimizar seus resultados!

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