Como Usar a Pesquisa Visual para Melhorar a Experiência do Cliente

Tiago Magnus

Fev 15, 20209 min de leitura
Como Usar a Pesquisa Visual para Melhorar a Experiência do Cliente

ÍNDICE

Se você pensar bem, o cérebro humano faz pesquisa visual o tempo todo. Ao procurar pelas chaves de casa sobre a mesa bagunçada, tentar encontrar um modelo específico de roupa nas araras das lojas e escolher os tomates mais bonitos do hortifruti. Ficamos bons nessa tarefa, pois é uma coisa que nos acostumamos a fazer desde pequenos.

Quando falamos sobre pesquisa visual em plataformas digitais, no entanto, o cenário é outro. Ainda que grandes nomes como Google, Pinterest e Microsoft estejam trabalhando nisso com afinco e já tenham avançado significativamente no digital, fazer com que a máquina imite o cérebro humano não é assim tão fácil.

Para entender como a pesquisa visual funciona, é preciso primeiro saber que o conceito é diferente de uma simples busca por imagem. Enquanto a última usa descrições textuais para encontrar a melhor combinação correspondente (fotografias, ilustrações, desenhos e afins), a pesquisa visual não usa texto como mecanismo. Ao contrário, a própria imagem é o elemento de busca.

O que é pesquisa visual?

Pesquisa Visual busca mapear o campo da pesquisa no estudo e na prática do design gráfico. 

A pesquisa visual visa emular os mesmos princípios que usamos quando vemos e reconhecemos itens, de modo que o processo é muito mais complexo do que pesquisas de imagens com base em texto relativamente simples. Com as pesquisas visuais, a imagem é a consulta e, em vez de apenas identificar a imagem, os mecanismos de pesquisa tentam entender o que a imagem traz.

Como isso funciona?

É uma combinação de tecnologias e experiências. Envolve inteligência artificial e machine learning. Envolve, também, muitos códigos e linguagens de programação. E, definitivamente, muitos estudos, experimentos e observações.

Este artigo do canal The Startup, no Medium, revela que redes neurais profundas são testadas para ver se revelam o funcionamento do cérebro humano durante a identificação de saídas e soluções. Observe, por exemplo, a imagem abaixo:

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A maneira como chegamos a uma conclusão fornece insumos para que programadores entendam quais são os pontos mais difíceis de integrar e o que é possível reproduzir ou não pelos computadores.

O problema é que o nosso poder de seleção, nossas capacidades cerebrais e visuais, são tão complexas e têm capacidades tão intrínsecas aos seres humanos, que nem nós mesmos conseguimos explicar como esse mecanismo interno funciona. E, se não conseguimos explicar, fica ainda mais difícil reproduzir.

Pesquisa visual: dados concretos e exemplos práticos

Apesar dos vários enigmas ainda na fila para serem desvendados, muitos avanços já são percebidos quando o assunto é a pesquisa visual. A vontade de inovar nesse sentido partiu de dados concretos.

Uma pesquisa de 2017 analisou dez buscadores distintos nos Estados Unidos. Percebeu que, durante o período de análise, 59,3% das buscas foram realizadas no Google.com. O impressionante veio logo em seguida: quase 27% das pessoas utilizaram o Google Imagens para tirar suas dúvidas. Os outros oito sites da lista ficaram com menos de 4% de acesso cada.

Quando perceberam o aumento do interesse da população global por esse estilo de busca na web, grandes nomes da tecnologia enxergaram, no crescimento, uma oportunidade.

O Pinterest, por exemplo, criou uma nova funcionalidade com o intuito de facilitar a pesquisa visual por parte de seus usuários. Lançada em fevereiro de 2017, a ferramenta Lens captura uma imagem de seu interesse no aplicativo e oferece uma série de ideias relacionadas - combinações, objetos semelhantes, inspirações e até receitas. Um ano depois do lançamento, no início de 2018, já eram mais de 600 milhões de buscas mensais.

O app fashion da ASOS.com também conta com a funcionalidade de pesquisa visual. A inovação permite que consumidores da marca “simplesmente tirem ou copiem uma fotografia de qualquer roupa ou acessório que desejam e o algoritmo fará uma varredura na base de dados com mais de 85 mil produtos para apresentar as combinações mais próximas”.

Google, obviamente, não fica para trás. Pelo contrário. O objetivo da Google Lens é transformar seu smartphone em uma ferramenta de pesquisa visual. Tire uma foto de uma academia, um restaurante ou um teatro, apenas para citar algumas possibilidades, e a tecnologia não apenas identifica o local em questão, como também faz um link entre tudo o que pode estar relacionado - amigos que estiveram ali, opiniões e comentários.

É claro que a gigante da tecnologia não se contentaria com “apenas” isso. O aplicativo dedicado à pesquisa visual também encontra itens de seu interesse que estão à venda. Tire uma foto do manequim de uma loja e, rapidamente, veja quais outras lojas comercializam as mesmas peças e por quais preços. O resultado também traz itens parecidos em cor, estampa, modelo e tamanho.

Ah, e você pode até descobrir a raça de um cachorro que estava passeando no parque pela manhã ou saber mais sobre aquela flor exótica que seu amigo tem na varanda de casa.

Os impactos da pesquisa visual no marketing

Não restam dúvidas de que a pesquisa visual está se tornando uma tendência mundial rapidamente. É uma vertente da tecnologia que tem muito a acrescentar aos negócios, especialmente quando falamos em e-commerce e omnicanalidade.

Vamos ver como a tecnologia pode ajudar os profissionais da área de conquistar diferencial competitivo?

Um artigo da eConsultancy lista quatro benefícios da pesquisa visual aplicada às ações e estratégias de marketing:

01. Personalização da experiência do consumidor

Não tenha dúvidas: toda e qualquer ação de marketing deve ter o cliente no centro das operações. Essa é uma tendência mundial inegável e aqueles que conseguiram aplicar a ideia às suas campanhas, certamente estão colhendo bons frutos.

Independentemente do que você estiver planejando para o departamento de marketing, a personalização da experiência do cliente deve ser a pauta central. Essa é uma das grandes vantagens da pesquisa visual: ela torna as coisas mais fáceis para os usuários, que obtêm respostas precisas em tempo real.

E não é só apenas “comprar com um clique”. São muitos os desafios para criar uma boa experiência de consumo.

Envolve toda a jornada de compra, desde o início, mesmo quando o cliente ainda não sabe se deseja adquirir algum produto ou serviço. A pesquisa visual transforma o processo de descoberta. Recomenda itens com base em buscas anteriores, analisa preferências pessoais para sugerir peças com maiores chances de conversão e trabalha esse engajamento entre usuário e marca, consequentemente agregando valor.

02. Uso inteligente das redes sociais

Muitas empresas já fazem o monitoramento do que é dito sobre elas nas redes sociais através de um processo chamado “social listening”. No entanto, quando passamos a considerar a pesquisa visual, é possível obter uma visão muito mais ampla sobre o que está acontecendo online.

O post revela que “plataformas de social listening podem acessar e entender os momentos de consumo - que fazem referência ao contexto no qual produtos estão sendo usados, e os sentimentos das pessoas envolvidas. Ao fazer essa análise, profissionais de marketing têm insights sobre consumidores, tendências e oportunidades.”

Os autores dão o exemplo da Starbucks, que fez uma pesquisa do próprio logo e descobriu várias imagens de cachorros “tomando” seus cafés. Não fosse a tecnologia ou a curiosidade dos marketeiros responsáveis, a marca certamente nem estaria ciente sobre o fenômeno, perdendo oportunidades de campanhas destinadas aos donos desses cães.

03. Acesso às principais tendências

Acompanhar o que acontece nas redes sociais é tanto uma maneira de saber como as pessoas utilizam sua marca quanto seus desejos e expectativas.

O Instagram, por exemplo, conta com análises de imagens “que determinam as cores mais populares e desejadas do momento. Com este insight, varejistas enxergam gaps em suas linhas de produtos e podem até mesmo alterar designs das coleções futuras” para atender essa nova demanda que se apresentou.

Ou seja, a pesquisa visual pode antecipar tendências e prevenir a insistência no erro, fazendo com que as organizações consigam corrigir falhas e suprir expectativas muito mais rapidamente - uma forma de abordagem com foco no cliente, adaptável sempre que houver necessidade.

04. Parcerias estratégicas

Quando falamos em influenciadores digitais, logo pensamos que o que realmente importa é o número de seguidores ou hashtags publicadas. No entanto, a pesquisa visual consegue aprofundar essa conexão entre marca e parceiros.

“O reconhecimento por imagem pode ser usado para analisar o sentimento geral do influenciador (como os tipos de coisas com as quais se importam), bem como o engajamento em tempo real. Além de economizar tempo e dinheiro, a tecnologia também pode ajudar na descoberta de pessoas que antes passariam despercebidas.”

É um jeito mais justo e assertivo de fazer uma seleção de parcerias que podem contribuir estrategicamente com a empresa.

Por fim, não poderíamos finalizar este texto sem abordar algumas dicas sobre como tornar a pesquisa visual mais eficiente. Afinal de contas, a tecnologia existe e, como você pode perceber, é uma promessa forte para os próximos anos.

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Como aplicar a pesquisa visual

Não basta apenas estar ciente sobre o que vem sendo feito para aprimorar a experiência do consumidor online. É imprescindível que empresas saibam como adaptar suas ações para otimizar o processo de pesquisa visual e não ficar de fora dos buscadores.

Para tanto, voltamos à publicação de Clark Boyd no Medium:

  • Informe-se em fontes seguras

E, de preferência, que sejam referência no assunto, como os blogs do Pinterest Engineering. Entender melhor como as coisas funcionam é o primeiro passo para melhorar os seus resultados na pesquisa visual.

  • Organize sua presença online

Preste atenção a tags, descrições e nomes de imagens. Trabalhe com raciocínio lógico para facilitar o trabalho dos mecanismos de busca e certifique-se que está agindo de acordo com as melhores práticas adotadas pelo mercado.

  • Fique de olho nos resultados

Como está o desempenho de suas imagens? Será que a qualidade está boa o suficiente? Teste novas cores, outras combinações, temas diferentes. O legal do digital é que é tudo muito rápido e não tem certo ou errado. Existem várias possibilidades de falar sobre o mesmo assunto. Por isso, faça testes e veja o que converte melhor para a sua marca.

  • Envolva toda a equipe

Não apenas o marketing, mas todos os colaboradores precisam estar cientes sobre campanhas, objetivos e mudanças culturais. Mantenha uma comunicação simples e transparente, marque treinamentos, reuniões e discussões abertas para que todos estejam na mesma página, sempre.

  • Preste atenção aos componentes das imagens

Fotografias muito poluídas confundem os buscadores e podem não fornecer o resultado esperado. Na dúvida, adote uma pegada mais clean. O visual é extremamente importante para esse tipo de pesquisa! Facilite o trabalho dos algoritmos.

  • Não pense somente no online

Toda a sua identidade no offline deve estar de acordo com o que suas imagens transmitem no ambiente digital. A comunicação transparente também vale para a mensagem que a empresa transmite: preços bem definidos, descrição de produtos, itens semelhantes, dados bem estruturados… Para não perder oportunidades, mantenha a casa sempre organizada e atualizada.

A realidade é que, quanto mais aperfeiçoamos a pesquisa visual, mais oportunidades ela oferece às empresas, aos profissionais e aos consumidores - uma descoberta vantajosa para todos.

É por isso que os times de marketing devem ficar atentos às últimas tendências e adaptar suas estratégias para não perder o timing e pegar essa carona de uma vez por todas.

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Agora é a hora de buscar alternativas e descobrir o que já pode ser feito para oferecer experiências cada vez mais ricas aos usuários. Com base em tudo o que falamos por aqui, o que você tem feito para investir mais e melhor na pesquisa visual?

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Atuo há 10 anos em projetos digitais, trabalhando com marcas como Lenovo, Carmen Steffens, Mormaii, VTEX, Carrefour, Centauro, entre outras, e como sócio de uma das principais agências digitais do Brasil. Hoje, sou Diretor de Transformação Digital na ADVB e estou à frente do portal TransformacaoDigital.com, empreendendo para democratizar o futuro.