State of Search Brasil: Estudo sobre o Comportamento de Pesquisa Online dos Brasileiros

Felipe Bazon

Jun 19, 20209 min de leitura
State of Search Brasil

ÍNDICE

Buscas online antes da compra física, pesquisa por voz inexpressiva, mais buscas durante a pandemia e outras descoberta da 1ª pesquisa State of Search Brasil

Neste artigo, você vai explorar a pesquisa “State of Search Brasil" e descobrir todas essas informações essenciais para um bom trabalho em marketing digital.

Entre 12 e 21 de maio de 2020, enquanto a pandemia de coronavírus estava em seu pico, a consultoria Opinion Box realizava uma pesquisa inédita no país. A pesquisa foi encomendada pela agência de SEO Hedgehog Digital, com apoio da SEMrush, para entender a percepção e os hábitos de busca dos brasileiros por informações, conteúdos e tudo o que há disponível na Internet - e que vai muito além do Google. 

Costumo dizer que cada pesquisa realizada pelo usuário equivale a uma intenção, e que o SEM (Search Engine Marketing) é bem mais que marketing de busca: é compreender a intenção. E com os resultados deste material, você vai entender exatamente isso.

Quem foram os respondentes? 

Antes de apresentar os resultados, é importante apresentar o perfil dos brasileiros que participaram.

A amostra foi trabalhada de forma a refletir a distribuição brasileira de internautas. 

Foram realizadas 3.299 entrevistas online, com homens e mulheres acima dos 16 anos em todo o Brasil, que já tenham feito buscas online nos últimos 3 meses.

Eles responderam um questionário de autopreenchimento com 50 perguntas aplicado pela Opinion Box entre os dias 12 e 21 de maio de 2020. A margem de erro geral é de 1,7 PP e nível de confiança de 95%.

Confira detalhes da divisão por faixa etária, região, gênero e renda familiar abaixo:

objetivo da pesquisa foi entender o comportamento de pesquisa online dos brasileiros

Dados de pesquisa State of search. 3.299 entrevistados em todo o brasil

Mobile ou desktop? Texto ou voz? E o que mais?

Quando se trata de fazer qualquer busca na Internet, o brasileiro usa mais o… mobile! 

Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 85% dos pesquisados preferiu o celular ou tablet na hora de ir atrás de uma informação online, versus 78% que utilizou o computador ou notebook.

O favoritismo é justificável: o smartphone costuma estar nas nossas mãos a maior parte do tempo, seja dentro ou fora de casa. 

Esse dado já traz um primeiro insight para as marcas: o seu site é responsivo? Se não for, talvez você esteja frustrando 85% dos consumidores.

E ainda há de se considerar a presença nas redes sociais, uma vez que apps como Instagram também estão presentes nos celulares e, como veremos adiante, se tornaram fonte de busca. 

Somente 1% dos usuários faz busca por voz no desktop, e 2% no celular ou tablet. Isso nos mostra que, pelo menos no Brasil, ao contrário das projeções dos futuristas, a pesquisa por voz ainda não decolou.

Talvez a representatividade de voice search seja maior se considerarmos os assistants, como a Siri e Alexa, que não fizeram parte desta pesquisa. 

Quando combinada com a busca por texto, a busca por voz tem significativo crescimento: ela chega a 32% no mobile e a 25% no computador.

Esse dado parece ser muito condizente com a realidade, afinal, quem nunca preferiu usar a busca por voz para procurar um endereço no Waze, por exemplo?

gráfico com dados sobre a forma como o brasileiro pesquisa

A pesquisa identificou também que a maioria dos usuários realiza até 5 buscas por dia, independente do dispositivo ou tipo de busca. 

No desktop, são 58% dos usuários que fazem até 5 buscas por texto, mesmo número que realiza essa quantidade de pesquisas por voz.

Já no mobile, 56% realizam até 5 buscas por texto diariamente e são 64% que fazem esse número de buscas por voz. 

Já a porcentagem de quem realiza mais de 20 buscas diárias é bem reduzida: em todos os devices e formato, não chega a 10% das buscas.

Desconfio que esse pessoal representa nós, os SEOs, que com certeza damos um Google muitíssimas vezes ao dia.

gráfico com quantidade de buscas por dia

Há outro dado que não poderia deixar de comentar: seja no mobile ou desktop, por texto ou por voz, o interesse número 1 dos usuários é em buscar informações sobre assuntos diversos.

Quer um exemplo?

Procurar um review daquela série na Netflix, buscar uma receita para preparar no fim de semana, descobrir o placar do seu time de futebol no último jogo… São inúmeras buscas possíveis com esse fim.

No entanto, apesar de a primeira posição ser homogênea entre os devices e os tipos de busca, as demais finalidades das buscas varia. 

Para exemplificar, em 2º lugar, quem busca por texto no desktop quer descobrir e comparar preços. Já as buscas por voz, sejam no desktop ou mobile, têm como segundo maior objetivo obter informações sobre produtos, bem como nas buscas por texto no smartphone.

Porém, nesse device e tipo de busca, a preferência empata com descobrir e comparar preços.

Você disse… compras?

A pesquisa “State of Search Brasil” também trouxe os hábitos de busca dos consumidores. A principal descoberta é a influência das pesquisas online nas compras. 

A maioria dos consumidores que fez compras nos últimos 3 meses fez uma pesquisa na Internet antes de decidir comprar. Inclusive aqueles que compraram nas lojas físicas. 

Entre aqueles que fizeram compras em lojas físicas, apenas 24% não utilizaram a busca online antes de fechar o negócio.

Ou seja, ¾ desses consumidores contam com a Internet antes de fechar um negócio em lojas de comércio popular, centros de compras e shoppings.

O Google (e outros buscadores) é o principal canal em que essas pessoas pesquisam: 29% delas consultam os buscadores, 14% buscam nos sites das empresas e 10% fazem a pesquisa em sites de comparação de preço. 

Até aqui já deu para perceber que, mesmo se a sua marca não vende online, ela está sendo pesquisada. Certo?!

Falando de quem comprou online, a preferência aumenta ainda mais: 36% daqueles que usaram desktop e 35% daqueles que usaram um dispositivo mobile deram preferência ao Google e outros buscadores para pesquisar antes de efetuar a compra. 

Esse recorte vem para comprovar algo que há muito tempo falamos: o Google é o seu cartão de visitas! Marque presença lá!

Se o seu pequeno negócio não tem um site ou não quer investir nas redes sociais, vá de Google My Business, uma ferramenta totalmente gratuita para o seu negócio começar a ser visto por quem usa o buscador. 

Mais uma informação para impulsionar o seu negócio: a 2ª principal forma de pesquisar antes de comprar (online ou nas lojas físicas) é nos sites das empresas, e a 3ª é nos sites de comparação de preços. 

Não podemos deixar de falar das redes sociais, pois elas se tornaram potenciais motores de busca para quem quer comprar. 

8% de quem comprou em loja física pesquisou nas páginas da empresa nas redes sociais e 7% assistiu vídeos no YouTube.

Quem usou o desktop para comprar consultou mais o Youtube (8%) e um pouco menos as redes sociais (7%). E entre aqueles que compraram via mobile 8% usaram tanto as redes sociais das marcas quanto a plataforma de vídeos na hora de fazer a pesquisa prévia. 

Isso quer dizer que é hora de pensar de maneira holística. Não adianta ter um site se ele não é ranqueado para as palavras-chave que representam seu produto ou serviço.

Não adianta conquistar o featured snippet se o seu site não traz informações para o consumidor. E nada disso vai salvar o seu negócio se ele não estiver presente em diversos outros canais, entregando dados e conteúdos de qualidade para solucionar as dores do seu público-alvo. 

Hábitos no Google: produtos, anúncio, Shopping e mais

Agora vamos analisar os hábitos de busca no Google, o buscador que realmente interessa para os SEOs. 

Descobrimos que o principal uso do Google é para fins comerciais. 71% do público revelou que utiliza a ferramenta para buscar e comparar preços e 70% para buscar informações sobre produtos. 57% usam o Google para obter informações sobre serviços, 53% para descobrir onde comprar algo e 40% para saber a opinião de outras pessoas. 

Apesar de ser usado também para outras finalidades (66% buscam informações sobre assuntos diversos, 56% para saber uma localização e 35% querem conferir a previsão do tempo), o principal uso é focado em potenciais consumidores, que estão atrás de uma série de informações antes de efetuar uma compra de bem ou serviço. 

Alguns hábitos revelados por essa pesquisa inédita demonstram que nem sempre o SEO é sobre atingir o featured snippet ou a página 1 do buscador. 

Mais da metade dos usuários (61%) escaneia a primeira página do Google. 21% visita a segunda página e 12% chegam até a terceira. 

E essa é uma boa notícia para o seu cliente: mesmo não estando no topo, ele ainda tem muitas chances de atrair a atenção do consumidor.

Trabalhando melhor uma meta description e expondo as avaliações de quem já comprou, por exemplo, são ações que podem ajudar a gerar tráfego de referência, mesmo se você não está na página 1.

Também é possível levar o seu site para a primeira página, apostando em uma otimização para aquelas palavras-chave que estão ranqueando nas páginas 2 ou 3.

Além disso, apesar de 43% do público alegar que não clica em anúncios do Google, 15% afirma clicar no primeiro resultado da busca, independentemente de ser anúncio ou não. 53% clica nos Ads “às vezes” ou “sempre”, mas só 36% dos respondentes clicam no primeiro resultado após os anúncios. Agora, quando o anúncio aparece como PLA do Google Shopping, a porcentagem de quem clica na publicidade aumenta para 55%, versus 34% que clica no orgânico diante da situação.

Essa divisão mostra que ainda há uma grande parcela de “indecisos” por aí, o que significa oportunidades. Por outro lado, também podemos aplicar a máxima “não coloque todos os ovos em uma só cesta”. Resumindo: as estratégias de SEO e Google Ads devem ser equilibradas e atuar em parceria. 

Vamos destacar mais um dado: a busca por imagens. Ela é realizada pela maioria das pessoas que buscam um produto: 89% dos consumidores busca por um produto no Google Imagens, sendo que 34% “sempre” apresentam este comportamento. 

Se as suas imagens ainda não são otimizadas, está na hora de fazer isso. Nome, text alt, texto próximo à imagem… Há muitos detalhes que podem ser alterados para que a sua marca também apareça no Google Imagens. A tendência é que esse tipo de busca só cresça, vide o surgimento do Google Lens. 

O impacto da COVID-19

Em um momento tão significativo para a população, não poderíamos deixar de entender como o novo coronavírus impactou nas buscas dos usuários.

O fato de estarmos confinado em casa lidando com uma situação sem precedentes está fazendo o brasileiro pesquisar mais. 

As buscas por texto aumentaram: 31% e 32% dos usuários, respectivamente, estão pesquisando mais no desktop e no mobile em comparação com o período anterior à pandemia. 

Apesar de ainda haver um baixo volume de utilização da voice search, o cenário atual impulsionou as buscas por voz, já que estar com as mãos livres e evitar tocar em objetos podem ser formas de prevenção da doença. No desktop, 8% passou a usar mais esse tipo de pesquisa, e no mobile, o aumento chega a 11%. 

As compras online também aumentaram. Se nos último 3 meses apenas 15% havia realizado uma compra via desktop ou mobile, no mês anterior à pesquisa o número aumentou para 53% e 56%, respectivamente.

E de fato, o e-commerce está sendo uma grande ajuda nos últimos meses para respeitar as recomendações de ficar em casa. 

Quer saber mais detalhes sobre a pesquisa State of Search Brasil.

Baixe o relatório gratuito com todos os dados

state of search brasil download

Você também pode assistir da apresentação feita no evento 5 horas de SEO.

Youtube video thumbnail

Depois de mergulhar sobre esse material, é provável que o seu conhecimento sobre a percepção e os hábitos de busca também mudem para sempre.

Espero que para você, assim como para mim, não faltem insights valiosos que farão a diferença nos resultados do seu cliente.

A sua opinião é muito importante para nós. O que achou da pesquisa? Achou que faltou algo? 

Por favor, compartilhe sua opinião, dúvidas ou sugestões nos comentários abaixo e nos ajuda a aprimorar a próxima edição da pesquisa que já está sendo preparada.

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E não se esqueçam: O Básico é Avançado!

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CSO (chief SEO officer) at Hedgehog Digital, a digital marketing agency based in Cornwall UK, with offices in Bedford UK, and São Paulo Brasil. Since 2015 Felipe Bazon is listed as one the top 3 SEOs in Brazil, having won the title in the same year. With over 10 years of experience in SEO and Content Marketing, Felipe managed over 100 SEO projects for multinational companies in Brasil, UK and Europe. CSO na agência de Marketing Digital Hedgehog Digital. Desde 2015 listado entre os top 3 SEOs do Brasil, tendo ganho o prêmio no mesmo ano. Há mais de 10 anos apaixonado por SEO, Content Marketing e Marketing Digital em geral. Já liderou mais de 100 projetos de SEO e Content Marketing em empresas no Brasil, Reino Unido e Europa.