Apresentado como o marco das próximas grandes transformações sociais, o conceito de “Big Data” tem despertado enorme curiosidade ao redor do globo. De forma geral e simplificada, podemos dizer que o “Big Data” é um conceito que se refere:
Ao desafio enfrentado pelas empresas na análise das quantidades massivas de dados que são gerados por essa alta conectividade digital em que vivemos hoje.
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O grande atrativo desse conceito para o setor empresarial é a promessa de que uma análise eficaz desses dados vai impactar positivamente os resultados obtidos pela sua empresa. E isso por que tais dados vão permitir um planejamento estratégico melhor embasado, uma melhor compreensão do seu público, e uma consequente maior adequação ao mercado.
Dito isso, vale frisar que o conceito de “Big Data” não é simples. Ao contrário, trata-se de algo complexo que, apesar de estar marcando presença constante nas publicações mais recentes do meio empresarial, ainda suscita muitas dúvidas quanto à sua aplicação em empresas reais.
E foi pensando nisso que nossa equipe preparou esse artigo para você, leitor-empreendedor, que quer entender melhor o conceito de “Big Data” e saber como aplicá-lo à realidade da sua empresa, seja ela pequena, média ou grande iniciativa.
Curioso?
Então não deixe de nos acompanhar até o final do texto!
Era da informação: uma sociedade em rápida transformação
A Era da Informação marca a última grande revolução pela qual vem passando a nossa sociedade, no pós-Era Industrial. A primeira pessoa a cunhar esse termo, “era da informação,” foi Peter Druker, autor de renome na área da administração. Seu interesse inicial era apontar uma transformação de valores: onde, já no pós-2ª Guerra Mundial, o conhecimento ou informação começava a ser mais valorizado do que o próprio emprego em uma usina.
A partir desse ponto inicial, a era da informação contou ainda com as invenções técnicas da década de 70 que permitiram impulsionar não apenas a produção de informação ou dados, mas a sua difusão em larga escala. Afinal, foi na década de 70 que surgiram, entre outras inovações, o microprocessador, o PC (computador pessoal), as redes de computadores, a fibra-ótica, etc...
A década seguinte veria nascer o uso da Internet para fins não-militares, e os anos 90, por sua vez, se tornariam testemunha da rápida adaptação da sociedade a essa nova realidade: com um número crescente de internautas, uma demanda cada vez maior por conteúdos de qualidade, a popularização de blogs e redes sociais diversas, o surgimento do e-commerce, e assim por diante.
Desde então, ao longo desses últimos quase 20 anos, uma série de novas tendências sociais e econômicas tem se desenhado a partir da influência da internet e dos suportes de dados digitais, a saber:
- Valorização da aprendizagem e especialização contínua
- Know-how visto como um grande diferencial de mercado
- Valorização da capacidade criativa na resolução de problemas, em oposição ao “trabalho árduo” das fábricas da era industrial
- Informação como diferencial competitivo no mercado
Mas afinal, o que tudo isso tem a ver com o “Big Data”?
O conceito de Big Data está intrinsecamente ligado à toda essa revolução tecnológica. A quantidade expressiva de dados que estão sendo produzidos diariamente graças à Internet e aos recursos atuais de informática, não seriam sequer imagináveis em uma era anterior. Só para se ter uma noção, dados levantados pela IBM apontam que, em 2020, a quantidade de informação sendo gerada e circulando pelo mundo, será cerca de 300 vezes maior do que a informação que havia há dez anos atrás.
Quando paramos para pensar, os números em si surpreendem, pois estamos tão imersos nessa realidade de produtores e consumidores de informação, que nem ao menos nos damos conta do volume de dados que movimentamos.
Apenas para termos uma comparação mais palpável, os primeiros disquetes ou floppy-disks lançados no mercado, em 1971, possuíam 8 polegadas e capacidade de armazenamento de apenas 80 Kb de dados. Os CD’s representaram, em sua época, um avanço gigante, permitindo armazenar 700 Mb de dado, sendo logo superado pelos DVDs, que permitiam armazenar até 17 Gb (na versão com duas camadas de gravação, dos dois lados). Atualmente, a capacidade de armazenamento dos DVD’s já foi superada pela dos Blue-ray’s (200Gb), embora a questão da portabilidade e facilidade de gravação tenham tornado pen-drives e HD’s portáteis opções de uso mais comuns. Ambas as mídias podem ser encontradas com diversas capacidades de armazenamento, sendo que não é nada difícil encontrar um HD portátil com mais de 1 Tb de capacidade de armazenamento.
Veja só quão longe chegamos daqueles singelos 80 Kb iniciais!
E não é só a capacidade de armazenamento que está crescendo: podemos falar em um duplo processo, onde a produção de maior volume de dados demanda uma mídia mais robusta, ao mesmo tempo em que a disponibilidade dessas mídias permite que se criem dados mais pesados.
O conceito de Big Data diz respeito justamente à essa crescente produção de dados em suportes digitais e às informações vitais que podemos obter através da análise dessa “massa bruta”. Mas de onde vem esses dados?, você pode estar se perguntando a esta altura…
É importante lembrar que tudo o que fazemos na internet deixa uma “pegada digital”. É justamente essa “pegada” que se trata o “Big Data” - são os dados gerados pelo uso de e-mails, pelas publicações e curtidas em redes sociais como Twitter e Facebook, pelos cookies dos sites que você acessa regularmente, pelas transações bancárias que você realiza pela internet, pelos aplicativos e sensores que você possui em seu smartphone, pelos documentos e imagens que você armazena na nuvem, e até pelos objetos que utilizam IoT (Internet of Things), como carros e eletrodomésticos inteligentes.
Absolutamente tudo o que você utiliza no seu dia a dia e está conectado à rede mundial, está alimentando o Big Data.
É claro que nem todos os dados captados estão sendo efetivamente utilizados pelas empresas. Primeiro, porque o volume total de informações geradas excede a capacidade de análise e processamento de qualquer sistema que já tenha sido gerado. Em segundo lugar, porque diferente dos bancos de dados das eras anteriores, os dados gerados pela era da informação não estão pré-tabelados: eles são gerados de forma orgânica, são multifacetados, e incluem não apenas números e textos, mas também imagens e áudios, o que dificulta enormemente a tarefa de analisá-los.
Estima-se hoje que cerca de 90% da informação que circula online corresponda a esse perfil, sendo que menos de 10% dessas informações vem em moldes estruturados ou já tabelados.
Pensando em toda a complexidade desse cenário, o conceito de Big Data pode ser subdividido em 5 categorias (ou “5 V’s”), que explicam melhor os desafios postos para quem quer sair na frente nesta era da informação. São eles:
Os 5v do big data
Vamos conhecer melhor cada um dos V’s do Big Data?
Entendendo os 5 Vs do Big Data
#1º V: V de Volume
O primeiro grande desafio para utilizar o Big Data é justamente o volume de dados disponíveis: estamos falando em uma cifra que hoje gira em torno de 250 exabytes por ano, sendo cerca de 2,5 quintilhões de bytes por dia. Até 2020, a estimativa é que esse número chegue a 44 zetabytes (ou o mesmo que 44 trilhões de gigabytes) anuais. Em outros termos: o volume hoje já é grande, mas a tendência é que continue a crescer ainda mais. É preciso buscar ferramentas e formas de tratar esses dados de forma que possam se converter de fato em informação útil para o crescimento e desenvolvimentos das empresas.
#2º V: V de Velocidade
Não apenas o volume de dados é gigantesco, mas a velocidade em que esses dados são produzidos e em que se tornam desatualizados é vertiginosa. Justamente por isso, o segundo desafio do Big Data é o timing do processamento desses dados: para que possuam valor real e aplicabilidade no mercado, é preciso utilizar os dados antes que se tornem desatualizados. O objetivo, portanto, é alcançar formas de trabalhar o processamento dessas informações em tempo real.
#3º V: V de Variedade
Os dados de que dispomos atualmente são provenientes das mais diversas fontes: redes sociais, aplicativos, cookies, IoT, e-mails, etc. Isso significa que não seguem um único padrão e nem fornecem todos o mesmo tipo de informações, tornando a tarefa de compilar esses dados em um banco de dados tradicional impossível. É preciso desenvolver novas ferramentas de análise que respondam à heterogeneidade desses dados e que deem conta do processamento de áudios e imagens.
#4º V: V de Veracidade
Dentre a massa de dados que circulam, é preciso estabelecer quais os dados que são verídicos e que ainda correspondem ao momento atual. Dados desatualizados podem ser considerados inverídicos não porque tenham sido gerados com segundas intenções, mas porque não correspondem mais à realidade e podem guiar a sua empresa à decisões equivocadas. O desafio posto pelo Big Data é, então, determinar a relevância dos dados disponíveis para a sua empresa, de forma que essas informações possam servir de guia para o seu planejamento com maior segurança.
#5º V: V de Valor
O quinto desafio posto pelo Big Data pelas empresas é o de definir a abordagem que será feita dessa massa de dados que está circulando. Afinal, para que um dado se converta em informação útil e utilizável é preciso o olho do analisador, é preciso colocar uma pergunta a essa dado que permita orientar a análise de dados para o objetivo da sua empresa. Não é toda a informação que está circulando que é relevante ou útil para os objetivos específicos da sua empresa. Uma abordagem bem feita permite agregar valor à sua empresa, colocando-a à frente da concorrência no mercado.
Aplicações práticas do conceito de Big Data
Você já assistiu o filme “Moneyball: O homem que mudou o jogo”? Para além das atuações de atores renomados e de uma história emocionante sobre superação em um meio extremamente competitivo, o filme fornece um exemplo prático e baseado em fatos reais da aplicabilidade do Big Data para qualquer empresa, mesmo aquelas com menores gastos dos recursos de controle financeiro.
Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir (assistam, sério mesmo, vale a pena), o filme retrata a história Billy Beane, gerente de um pequeno time de baseball, o Oakland Athletics. Em meio à crise financeira do time, e utilizando apenas uma análise inteligente de dados e estatísticas dos jogadores, o gerente busca montar um time que seja competitivo e obtenha bons resultados. Não vamos contar aqui o final da história (no spoilers), mas o filme é um exemplo da utilização do Big Data com sucesso: o gerente faz as perguntas certas para o volume de dados que ele dispõe sobre cada jogador, e utiliza as respostas para elaborar um planejamento estratégico - e isso sem gastar somas absurdas.
Em resumo, o Big Data está aí para ser utilizado por toda e qualquer área do conhecimento: os dados são sempre neutros, é a pergunta do analista de dados que vai transformar essa massa bruta em informação útil para este ou aquele domínio.
No caso das empresas – sejam elas micro, pequenas, médias ou de grande porte – a utilização do Big Data é vital para o reconhecimento do cenário em que elas atuam e para a determinação de estratégias que correspondam aos desafios identificados.
Em outros termos, utilizar o Big Data é parte fundamental da gestão estratégica no século XXI.
Através do recurso ao Big Data, será possível identificar tendências, antecipar mudanças, melhor compreender o comportamento dos consumidores e avaliar a percepção destes da sua marca. O Big data permite, assim, um planejamento estratégico mais eficiente, o que é essencial não só para o aperfeiçoamento da sua empresa, mas principalmente para sua sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo.
Dentre as diversas formas de utilização do Big Data a favor da sua empresa, recomendamos especialmente a utilização de soluções de monitoramento e administração da sua marca nas redes sociais; a utilização de ferramentas de gestão ou sistemas ERP cloud que contribuam com o planejamento estratégico da sua empresa; e o recurso a consultorias especializadas em inteligência digital.
A correta utilização do Big Data é a melhor oportunidade de desenvolver consistentemente o seu negócio. Você vai ficar de fora?
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